Fronteiras da pátria: dos campos sem vida aos campos de morte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Rossi, Mirian Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
War
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-14032017-153447/
Resumo: O desenvolvimento desta pesquisa teve como plataforma inicial de reflexão o epistolário de Americo Orlando, nascido no Brasil três meses após a chegada de sua família, emigrada da Itália meridional em 1895. A série epistolar de quase uma centena de cartas e cartões postais enviados do front italiano da Primeira Guerra Mundial traz à luz dois dos maiores e mais traumáticos episódios que a humanidade já presenciou: a Grande Imigração e a Grande Guerra (1914-1918), que em um dado momento se cruzam em território brasileiro. A análise das questões que se referem à Grande Imigração concentra-se, sobretudo, na situação conjuntural e nos diversos aspectos que caracterizaram a imigração italiana meridional na capital de São Paulo, entre os séculos XIX e XX. A Grande Guerra, circunscrita aqui à guerra entre o Reino de Itália e o Império Austro-Húngaro, tem como foco de análise, não os aspectos militar, tático ou estratégico, político ou econômico, mas a dimensão e o alcance dessa tragédia mundial, que atingiu milhares de civis e militares. Neste contexto, destaca-se a convocação dos imigrantes italianos de além-mar, particularmente os residentes no Brasil. Considerando o duplo objeto de investigação, cuja essência, pela sua magnitude e complexidade, encontra-se no cruzamento das ciências sociais, privilegiou-se uma abordagem interdisciplinar, com o livre trânsito do conhecimento através dos saberes e a adoção de conceitos que envolvem diversas especialidades. Ressalte-se que o presente estudo, a despeito de ter como fonte cartas pessoais enviadas do front de guerra, não é pautado por uma história de vida ou uma história de guerra. O seu título, Fronteiras da Pátria: dos campos sem vida aos campos de morte, intenta indicar o percurso dos emigrantes do antigo Reino das Duas Sicílias, que atravessando inúmeras fronteiras, materiais e imateriais, deixaram para trás os campos sem vida da Itália do sul, em busca de uma nova pátria, onde reconstruíram as condições mínimas de existência, refizeram os seus laços, estabeleceram os seus vínculos, até os seus filhos serem chamados para os campos de morte da Primeira Guerra Mundial.