A construção da identidade e da memória em dez entrevistas de descendentes de italianos em São Paulo: cozinha, língua italiana e família

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Silva, Suellen Bellentani da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8148/tde-30082021-180658/
Resumo: O movimento de imigração italiana para o Brasil ocorreu no século XIX até meados do século XX. Assim, o país recebeu cerca de um milhão de italianos e grande parte se concentrou no Estado de São Paulo. Esta pesquisa nasce a partir de projetos de Extensão da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, junto aos quais coletamos entrevistas com descendentes de italianos. Nesse contexto, escolhemos dez entrevistas para compor o corpus de análise, cujo objetivo foi analisar as características e as manifestações da identidade e da memória nesses descendentes. Transcrevemos as entrevistas e fizemos a análise a partir das categorias de \"cozinha\", \"língua italiana\" e \'família\", observando as ocorrências de palavras relacionadas nas narrativas dos entrevistados. Para o aporte teórico, escolhemos Cenni (2011), Trento (1989) e Klein (1989) sobre os estudos da imigração italiana; utilizamos Bauman (2005) e Hall (2019) a respeito dos conceitos de identidade; adotamos a metodologia de História Oral abordada por Meihy (1996); os estudos de Montanari (2009) sobre a cozinha italiana e os conceitos de memória coletiva de Halbwachs (2003). Desse modo, pudemos observar que os entrevistados mostraram uma ligação com as histórias familiares, que mantêm hábitos alimentares italianos, preservam as memórias da família, além de destacar a importância da língua italiana, que mesmo sem ser transmitida às demais gerações, se faz presente nas entrevistas. Os resultados mostraram que os descendentes apresentam uma identidade que se comporta como italiana e brasileira simultaneamente. Eles se orgulham da história da família, da trajetória dos antepassados e tentam manter o vínculo com a Itália, seja através da língua ou da comida. É possível concluir que a identidade desses entrevistados é fragmentada e inconstante e que vive ao lado da brasileira. Esperamos que essa pesquisa possa contribuir para entender como a presença italiana se manifesta nos descendentes e estimular a continuidade dos estudos nesse âmbito.