Da impossibilidade e aprender com o passado: sentimento, comércio e escrita da história na História do Brasil de John Armitage

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Varella, Flávia Florentino
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-08092011-110830/
Resumo: Esta dissertação investiga a História do Brasil do comerciante inglês John Armitage, escrita em 1836, e sua relação com a formação da historiografia brasileira das primeiras décadas do século XIX. Seus objetivos centrais são o estudo da sensação de ruptura entre passado e presente contida em tal obra, bem como suas implicações na ampliação do objeto histórico e na criação de uma nova forma narrativa organizadora de uma identidade nacional brasileira. Acreditamos que esses fenômenos estejam relacionados com um processo geral de aceleração do tempo e de alargamento da esfera pública, verificável no mundo ocidental a partir de meados do século XVIII, e que no Brasil condiciona o processo de independência política. No plano da história da historiografia, esses processos tiveram importância, principalmente, no que diz respeito à recusa da imitação como critério de análise histórica e no surgimento de um novo tipo de narrativa, a sentimental. Aliado a isso, houve a consolidação da linguagem do humanismo comercial em que o comércio foi tido como o meio pelo qual seria possível realizar o refinamento das paixões em maneiras. Resumindo, o objetivo principal desta dissertação, por um lado, é discutir essas transformações, assim como apresentar a proposta historiográfica de John Armitage baseada na incorporação narrativa dos valores de uma sociedade comercial e polida e, por outro, mostrar como tal proposta parece ter sido recusada, ou talvez ignorada, pela historiografia brasileira oitocentista.