O cuidado a pessoas em situação de rua: a experiência da Rede de Atenção Psicossocial da Sé

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Wijk, Lívia Bustamante van
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5170/tde-23082017-123019/
Resumo: O cuidado em saúde dirigido à população em situação de rua requer ações intersetoriais, que considerem as características desse grupo e respondam às suas necessidades. As diretrizes propostas pelas Políticas Públicas de Saúde e Saúde Mental oferecem subsídios para o cuidado e destacam a importância das ações serem desenvolvidas no contexto de vida das pessoas, de modo a favorecer o exercício da cidadania e dos direitos. Este estudo teve como objetivos conhecer as ações dirigidas às pessoas em situação de rua que apresentam transtorno mental, desenvolvidas pelas equipes do Consultório na Rua (CR) da Unidade Básica de Saúde (UBS) Sé e do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Adulto II Sé; identificar obstáculos e pontos de força encontrados no cotidiano de trabalho e conhecer a opinião dos usuários sobre o cuidado recebido. A pesquisa, de caráter qualitativo, empregou os seguintes procedimentos metodológicos: revisão integrativa da literatura; pesquisa documental; entrevistas semi-estruturadas com profissionais e usuários; observação participante e elaboração do caderno de campo. Os dados foram coletados entre fevereiro e abril de 2016. Os resultados evidenciaram que a maioria das ações oferecidas pelos serviços considera as características da população e busca responder às suas necessidades. A construção e manutenção do vínculo entre profissionais e usuários foram compreendidas como eixos do trabalho, que contribuem para o estabelecimento de relações humanizadas e influenciam positivamente a realização de ações. A construção do trabalho intersetorial apresentou-se como um desafio, por depender da organização e do alinhamento de cada serviço com as normativas e da relação estabelecida entre eles. Dois aspectos se destacaram nos resultados: a sobrecarga e o risco de adoecimento dos profissionais e a influência da atual forma de gestão dos serviços na produção do cuidado. Concluiu-se que as ações produzidas pelo CAPS Adulto II Sé e pelas equipes de CR da UBS Sé se encontram alinhadas às diretrizes das Políticas, porém é necessário cuidado às equipes e envolvimento da gestão nos processos de trabalho, para que a responsabilidade da produção de ações de qualidade não recaia unicamente sobre os profissionais