Extrações dentárias em pacientes com diabetes mellitus: estudo retrospectivo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Tuma, Marina Maués
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23154/tde-31012023-094413/
Resumo: Introdução: A literatura científica médica traz evidências que suportam a hipótese de que a hiperglicemia e o diabetes mellitus (DM) aumentam o risco de infecção e atraso na cicatrização da ferida após procedimentos cirúrgicos de grande porte. Muitos autores extrapolaram esse conceito para cirurgia menores, como as extrações dentárias. Estudos prospectivos têm sugerido que a taxa de complicações após exodontias é semelhante em pessoas com e sem DM. Objetivo: Comparar a frequência e o tipo de complicações após exodontias em pacientes com DM1 e DM2. Além disso, observar se há relação entre complicações pós-operatórias infecciosas e inflamatórias e a prescrição de antibióticos. Material e Métodos: Do total de 718 prontuários de pacientes com DM atendidos entre um período de 27 anos, 311 foram incluídos na pesquisa, uma vez que esses pacientes foram submetidos a pelo menos uma exodontia. Foram coletados dados demográficos, história médica pregressa e atual, dados relativos à(s) exodontia(s) realizada(s), complicações transoperatórias e pós-operatórias e antibioticoterapia. Resultados: A maioria dos pacientes eram do sexo masculino (164/311; 52,7%), cor de pele branca (230/311; 73,9%) e com média de idade de 51 anos. Sessenta e oito (21,9%) pacientes tinham DM1 e 243 (78,1%) DM2. Duzentos e vinte e sete (73,0%) tinham comorbidades associadas ao DM, sendo as doenças cardiovasculares as mais prevalentes (208/311; 66,9%). Nos 311 prontuários, havia registro de 895 intervenções de exodontias, das quais 192 (21,5%) foram realizadas em pacientes com DM1 e 703 (78,5%) em pacientes com DM2, elas foram adiadas em 29 prontuários (29/895; 3,2%). Complicações transoperatórias estavam registradas em 08 prontuários (08/895; 0,9%), sendo a hemorragia transoperatória a complicação mais frequente, em 3 dos 8 registros. Das 895 intervenções, encontramos 25 registros de complicações após as exodontias. Pacientes com DM1 exibiram 11 (11/192; 5,7%) registros de complicações após as exodontias, sendo eles: registro de edema (1), trismo (1), abscesso (1), atrasos na epitelização (2), sequestro de espícula óssea (3), alergia a medicamento (1) e alveolite (2). Nos pacientes com DM2, computamos 14 (14/703; 2%) registros de complicações, sendo eles: registros de dor (7), parestesia (1), abcesso (1), sequestro de espícula óssea (3) e alveolite (2). Os pacientes com DM1 exibiram mais complicações após exodontias que os pacientes com DM2 (5,7% versus 2%; p=0,011). Houve prescrição antibiótica para 26% dos pacientes com DM1 (50/192) e para 15% dos pacientes com DM2 (105/703). Não foi observada associação entre complicações pós-operatórias inflamatórias e infecciosas e a prescrição de antibiótico profilático. Conclusão: A prevalência de complicações após exodontias foi baixa e semelhante entre os pacientes com DM1 e DM2. É possível afirmar que o DM não aumenta o risco de complicações infecciosas e inflamatórias após exodontias.