Estudo crítico, termográfico e terapêutico dos tumores circum-anais e dos adenocarcinomas apócrinos de saco anal caninos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Zanuto, Erika de Brito Marco
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10137/tde-21012021-165915/
Resumo: Os tumores circum-anais são frequentes em cães, sendo a terceira neoplasia cutânea mais comum da espécie. Os adenomas de glândulas circum-anais possuem um bom prognóstico com a remoção cirúrgica associada à orquiectomia nos machos. Já os adenocarcinomas circum-anais apresentam alta taxa de recidiva, e os adenocarcinomas apócrinos de saco anal demonstram prognóstico de reservado a ruim, são altamente invasivos e metastáticos. Ainda não existe uma terapia de escolha para esses tumores, assim como, para os adenocarcinomas circum-anais, principalmente os metastáticos. O objetivo deste estudo é caracterizar os tumores circum-anais e apócrinos de saco anal, avaliando parâmetros clínicos, possibilidades diagnósticas e o uso da quimioterapia metronômica, buscando dessa forma nova abordagem a essas neoplasias. 80 cães, machos e fêmeas foram divididos em três grupos, adenoma de glândula circum-anal (AGCA) com 42 animais; adenocarcinoma de glândula circum-anal (ACGCA) com 33; e o grupo adenocarcinoma apócrino de saco anal (ACASA) com cinco animais. Foi realizada a relação citológica histopatológica, em que se obteve correlação de 81,5%. Como método diagnóstico complementar foi utilizado o estudo termográfico em 52 cães. Foram analisados os seguintes parâmetros: SpT- temperatura no ponto central da formação; SpNT - temperatura em ponto distante da formação; AT - área elipsoide abrangendo a formação; e ANT - área elipsoide em um ponto mais distante da formação. Para AGCA a diferença entre a média de SpT (35,06°C) e de SpNT (36,51°C) foi -1,45°C (p<0,01) enquanto a diferença da média AT (35,47°C) e ANT (36,42°C) foi - 0,96°C (p<0,05). Para ACGCA a diferença entre a média de SpT (35,17°C) e de SpNT (36,88°C) foi de -1,71°C (p<0,01) ao passo que a entre AT (34,95°C ) e ANT (36,57°C) foi de -1,69°C (p<0,01). Comparando-se adenomas e adenocarcinomas circum-anais a diferença SpT foi -0,10°C (p=0,87), e a diferença AT foi de 0,52°C (p = 0,38). Ambos os tumores são mais frios do que o esfíncter saudável, porém um número significativo de adenocarcinomas circum-anais são mais frios que os adenomas circum-anais, observou-se assim um aumento da probabilidade (17,45%) de ser um ACGCA toda vez que se tem uma diferença de 1°C ou mais entre o tumor e a pele saudável. Não foi possível realizar a análise estatística do grupo ACASA por ter apenas um animal analisado. A avaliação imuno- histoquímica foi realizada em 65 cães. Para os tumores circum-anais, a taxa de Ki-67 foi maior no grupo ACGCA e o aumento teve relação com o tamanho tumoral, mas não teve relação com presença de metástase, sobrevida e tempo livre de doença. O aumento de CD-31 teve relação com o tamanho tumoral e com a menor prevalência de metástase no momento do diagnóstico e VEGF apresentou correlação somente com o tamanho tumoral. A quimioterapia metronômica com ciclofosfamida (15mg/m2/sid) e piroxicam (0,3mg/kg/sid) foi realizada durante 6 meses nos grupos ACGCA e ACASA, sendo que só o primeiro grupo teve um grupo controle. Não houve diferença estatística em relação a tempo livre de doença e sobrevida entre os animais do grupo ACGCA que receberam (subgrupo II 740,95 dias de sobrevida) e que não receberam a quimioterapia (subgrupo III 546,21 dias de sobrevida). No grupo ACASA (subgrupo IV) a sobrevida foi de 534,99 dias, dados semelhantes ao encontrado em literatura. A quimioterapia metronômica teve boa aceitação, praticidade e baixo custo, com mínimos efeitos adversos, sendo um tratamento seguro a ser usado nos animais com adenocarcinomas circum-anais e apócrinos de saco anal.