Sou príncipe do gueto, mas meu castelo é de madeira: a construção da identidade na favela da Vila Barros - Marília / SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Santos, Jacqueline Jaceguai Chagas Nunes dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100134/tde-28072021-185111/
Resumo: O intuito deste trabalho centra-se em problematizar o processo de construção da identidade em meio à realidade vivida na favela da Vila Barros na cidade de Marília-SP, concomitantemente, as questões que surgem a partir do processo de ocupação daquele espaço. Como referência utilizou-se a pesquisa desta autora, realizada de 2005 a 2008, posteriormente houve o trabalho de campo em períodos específicos de 2018 a 2020. Os objetivos principais deste trabalho foi investigar a relação entre os moradores da favela e a construção da sua identidade, mapear lideranças locais e quais as diversas representações que a comunidade mariliense atribuiu a estes moradores, muitas vezes evidenciadas pela mídia e propagandas locais, bem como o questionamento das formas de atuação do Estado. O caminho metodológico percorrido consistiu em quatro fases: na primeira, resgatou-se histórico da formação da cidade de Marília; na segunda, houve o entendimento quanto ao processo de consolidação das favelas na cidade e os reflexos comparativos à primeira pesquisa; a terceira fase consistiu na pesquisa de campo com entrevistas e observação participativa; na fase final discutiu-se a consistência dos dados realizados na primeira pesquisa comparativamente aos oficiais contemporâneos, à luz dos conceitos mobilizados pela bibliografia. Os resultados apontados a partir da sistematização das informações oficiais e referências coletadas em campo, entendem que a população, majoritariamente negra, pobre sofre com as práticas promovidas pelo Estado que tem como norma o reforço das desigualdades ali vivenciadas, ações práticas quanto à truculência em diversas esferas sejam elas raciais, sociais ou econômicas. Conclui-se que a formação da favela combinada com o racismo ambiental, segregação social e acirramento das tensões sócio raciais afetam diretamente a dinâmica de vida, empobrecimento e relações estabelecidas na favela da Vila Barros; além disso, os moradores também padecem com os reflexos da necropolítica, promovida e financiada pelo Estado; Como resposta a isso, essa mesma população articula-se em estratégias de sobrevivência, participando de organizações de mulheres pretas dentro da comunidade que possibilita a formação política dos indivíduos, ao mesmo tempo que transforma o território