Impacto dos determinantes sociais na evolução da pandemia de COVID-19 no estado de São Paulo: uma análise epidemiológica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Pavani, Natália Peres Gonçalves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/25/25144/tde-05082024-174014/
Resumo: Introdução: A pandemia de COVID-19 ceifou inúmeras vidas globalmente, tornando a pesquisa sobre seus riscos ainda mais crucial para prevenir potenciais ameaças à saúde pública no futuro. Objetivo: Investigar a associação dos casos e taxa de letalidade da COVID-19 com aspectos sociais, porte populacional, percentual de idosos e saneamento nas cidades do Estado de São Paulo, no Brasil. Métodos: Esta pesquisa ecológica abrangeu 645 cidades do estado de São Paulo no período de março de 2020 a agosto de 2021, investigando a pandemia de COVID-19. As variáveis dependentes foram o número de casos e a taxa de letalidade, ambos ajustados para 100 mil habitantes. Entre as variáveis independentes incluídas, encontram-se o Índice de Desenvolvimento Humano, o Índice de Gini, a população municipal, o percentual de idosos e os indicadores de saneamento básico (considerando o acesso ao abastecimento de água, esgoto e coleta de lixo doméstico). A análise utilizou uma abordagem de regressão logística hierárquica, utilizando o Teste de Wald Backward para explorar as relações entre os casos de COVID-19, a taxa de letalidade e as variáveis independentes. Resultados: Todas as 645 cidades do estado de São Paulo participaram da pesquisa. Para os casos de COVID-19, observou-se uma associação significativa com variáveis como a presença de uma população idosa (>18,8; OR=1,70; 1,02: 2,81; p=0,041) e condições relacionadas ao saneamento, especificamente esgoto (70,96 83,61; OR=2,20; 2,20: 1,28; p=0,004 / < 70,95; OR=2,07; 2,07: 1,99; p=0,009). Para a taxa de letalidade, identificaram-se como variáveis significativas a população idosa (>18,8; OR=2,18; 1,26: 3,75; p=0,005), qualidade da água (80,16 88,36; OR=2,44; 1,21: 4,94; p=0,013 / <80,15; OR=6,64; 2,91: 15,14; p=0,001) e o saneamento básico, representado pelo esgoto (<70,95; OR=0,17; 0,07: 0,39; p=0,001). Conclusões: O aumento significativo de casos de COVID-19 e o risco de letalidade esteve relacionado à maior proporção de população idosa. A falta de saneamento básico desempenhou um papel crucial na disseminação da pandemia, ressaltando a urgência na implementação de medidas para alcançar cem por cento de cobertura em água, coleta e tratamento de esgotos. A distribuição adequada de água e instalações sanitárias emerge como elementos essenciais para a prevenção e controle da COVID-19. A fragilidade das instalações sanitárias municipais é um ponto crítico a ser abordado urgentemente pelas autoridades públicas, visando fortalecer as condições sanitárias e, consequentemente, a resposta eficaz diante de futuras ameaças à saúde pública.