Granitoides deformados da região de Pien (PR): um provável arco magmático do Proterozoico superior

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1991
Autor(a) principal: Machiavelli, Adilson
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44134/tde-15042015-142028/
Resumo: Localizada a aproximadamente 100 km a sul de Curitiba a área objeto deste trabalho apresenta dois domínios litológicos principais. Um domínio meridional de rochas granulíticas e um domínio setentrional de rochas granitoides cálcio-alcalinas deformadas. Além destes litotipos ocorrem ainda rochas ultrabásicas a básicas, um corpo granitoide isótropo e rochas Vulcano-sedimentares da Bacia de Campo Alegre, sedimentares da Bacia do Paraná e depósitos aluvionares recentes. O domínio das rochas granulíticas está constituído essencialmente por gnaisses granulíticos quartzo-feldspáticos com ou sem hiperstênio, bandados ou listrados, englobando porções menores de piroxenitos e, mais raramente, anfibolitos. O domínio dos granitóides cálcio-alcalinos deformados apresenta dois corpos principais, denominados informalmente de Granitos Sudeste e Noroeste, sendo que o primeiro está subdividido nas fácies 1 (hornblenda quartzo-monzodiorito a quartzo-monzonito) e 2 (biotita monzogranito a granodiorito) e o segundo nas fáceis 3 (biotita-hornblenda quartzo monzodiorito a monzogranito) e 4 (biotita monzogranito). O conjunto destes granitoides apresenta padrões geoquímico, geocronológico e petrográfico correspondente a granitoides originados em ambiente de arco vulcânico maturo e, de forma geral, apresentam claras evidências de metamorfismo de baixo grau (zona da biotita) associado a uma deformação cisalhante. A feição estrutural principal em todos estes corpos de granitoides é uma foliação gnáissica (\'S IND. 1\') mais ou menos desenvolvida, caracterizada pela orientação preferencial de quartzo, dos minerais máficos (biotita e/ou hornblenda) e dos feldspatos, notadamente quando componentes da matriz, e que apresenta como direção modal uma atitude de N43E/71NW. A passagem entre estes dois domínios está marcada por uma zona de cisalhamento resultante do cavalgamento dos granitoides deformados sobre o domínio granulítico. Os corpos ultrabásicos a básicos encontram-se, em geral, deformados e metamorfisados em grau baixo, constituindo-se predominantemente por serpentinitos, talco xistos, tremolita-talco xistos, com porções menores de anfiboliticos, metagabronoritos, metaolivina gabronoritos e metanoritos. Estes corpos são encontrados quer em meio aos litotipos correspondentes ao domínio granulítico, quer em meio granitoides deformados, ou mesmo na zona de transição entre estes dois domínios, podendo representar, pelo menos em parte, restos de um fundo oceânico. Um corpo granitóide isótropo, denominado de Granito Agudos, encontra-se intrudido no domínio granulítico, tendo como limite norte, na área representada pelo anexo 1, a mesma falha de cavalgamento que separa o domínio granulítico do domínio dos granitóides deformados. Dentro deste corpo granítico ocorrem dois corpos básicos, gabro-dioríticos, de cores verdes, escuras a acinzentadas, granulometria média a fina, eventualmente grossa, podendo apresentar megacristais de piroxênios, anfibólios e plagioclásio, mostrando, geralmente, uma desestabilização, mais ou menos intensa, da mineralogia original da rocha - plagioclásio, piroxênio, olivina e anfibólio - em um processo essencialmente hidrotermal. Geocronologicamente, o domínio granulítico apresenta neste trabalho, uma errócrona Rb-Sr com 2107 +/- 69 Ma, com razão inicial de 0,70284 +/- 0,00024 e três idades K-Ar em biotitas, com valores de 1910 +/- 47 Ma, 1672 +/- 77 Ma e 655 +/- 9 Ma, que indicam o metamorfismo e soerguimento destes litotipos no Ciclo Transamazônico, bem como a abertura do sistema K-Ar nas proximidades do contato deste domínio com os granitóides deformados, indicada pela idade de 655 Ma em biotita-piroxenito próximo a este contato. Quanto ao domínio dos granitóides cálcio-alcalinos deformados, a metodologia Rb-Sr forneceu, unindo-se os dados apresentados neste trabalho com dados ainda inéditos de J.M. REIS NETO e O. SIGA JR., duas retas paralelas com idades em torno de 610 Ma e razões iniciais próximas de 0,705 e 0,707, e pelo método U-Pb em zircões, dados preliminares indicaram duas idades, 716 +/- 15 Ma e 797 +/- 158 Ma, sugestivas da geração destes granitoides durante o Ciclo Brasiliano. Pela metodologia K-Ar em biotitas, obteve-se dois valores, um de 592 +/- 30 Ma e outro de 561 +/- 15 Ma, que indicam, em contraste com o domínio granulítico, que o resfriamento regional nessa área deu-se ao final do Proterozóico Superior.