Geologia dos complexos alcalinos proterozoicos do centro do estado de Tocantins

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1991
Autor(a) principal: Iwanuch, Woldemar
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44131/tde-22012015-150224/
Resumo: Os complexos alcalinos de Estrela e Eldorado localizam-se na parte central do Estado do Tocantins; o primeiro, em partes dos municípios de Porto Nacional e Paraíso do Tocantins e o segundo, no município de Barrolândia. O Complexo Alcalino de EstreIa é constituído por uma série de corpos tabulares, alongados e mais ou menos paralelos, orientados no sentido NNE-SSW, que exibem mergulhos moderados a subverticais voltados para SE, com espessura inferior a 300 metros. Esse complexo estende-se por mais de 21 km e é afetad o por vários sistemas de falhas; o mais importante destes sistemas tem direção NNE, é subparalelo ao complexo e corresponde a uma falha transpressional de prováveI deslocamento dextral, que produz interdigitações e intercalações entre rochas encaixantes e diques de rochas alcalinas, além do desenvolvimento de uma folição inicial. O outro sistema de falhas importante, de direção N50-60W e en enchelon, corta o sistema de direção NNE e segmenta, bascula e rotaciona os corpos de rochas alcalinas e a folição metamórfica e cataclástica anterior. O Complexo Alcalino de Eldorado é constituído por vários corpos maiores com formas irregulares e dimensões variadas. O corpo maior abrange uma área com cerca de 0,75 km² e uma série de corpos menores, cuja largura em geral não ultrapassa 100 metros, com comprimento de 200 a 1000 metros que tendem a alongar-se no sentido WNW-ESE. Esse conjunto apresenta uma estruturação ondulada, resultante de dois grupos de dobras com eixos direcionados para NW e NE. Ambos os complexos são constituídos predominantemente por gnaisses e granofels leucocráticos, meta-aIuminosos, miaskíticos e sódicos, correspondendo petrograficamen te a litchfielditos, mariupolitos, miaskitos s.s., nefelina sienitos, sienitos, monzossienitos com nefelina, com raros nefelinólitos e pegmatitos alcalinos. As texturas exibidas pelos gnaisses e granofels dos dois complexos são predominantemente características de processos metamórficos e metamórficometassomáticos, apresentando várias gerações de minerais. Esses complexos alcalinos estão alojados nas rochas metamórficas do \"Complexo Goiano\", de idade arqueana que apresentam associações de minerais conpatíveis com a fácies metamórfica almandina-anfibolito alta; fora da zona de influência do falhamento transpressivo, o grau metamórfico é um pouco mais brando. O \"Complexo Goiano\" e os complexos alcalinos se sotopõem às rochas metassedimentares do Grupo Estrondo (Formação Morro do Campo) em aparente não-conformidade. O metamorfismo do Grupo Estrondo é datado de 580 m.a. em isócrona Rb-Sr em rocha total. Dados radiométricos U-Pb em zircão de sienito do Complexo Alcalino de Estrela em diagrama de wetherill indicam idades de 540 m.a., enquanto a determinação Rb-Sr convencional indica 1520 m.a.; a primeira é considerada a idade de formação de zircão do Ciclo Brasiliano por metassomatose, sendo a segundo considerada indicativa da idade de cristalização das rochas alcalinas. Os complexos aIcalinos, de EstreIa e Eldorado são provavelmente coevos e resultaram de uma sequência de processos de múltiplos estágios que envolveram fenômenos magmáticos e pelo menos dois diferentes eventos metamórfico-metassomáticos.