Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Lima, Kátia Giovana Costa |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8158/tde-08072015-112258/
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Resumo: |
A dissertação propõe-se a analisar a presença de personagens judias nos romances de Jorge Amado, especificamente em Suor e Tenda dos Milagres, ambos do período modernista da literatura brasileira, abarcando, entretanto, momentos distintos da vida política e literária do autor, o qual sendo comunista foi perseguido e vigiado por seus ideais e aspirações políticas, também em momentos distintos da História. Embora os romances sejam do mesmo período, as narrativas desenrolam-se pontualmente durante o governado de Getúlio Vargas, de 1930 a 1945, detendo-se especificamente nas décadas de 20 a 30, momentos destacados pela perseguição aos comunistas e judeus, justificandose, então, a escolha do autor e dos dois romances. Além da Era Vargas, abrange-se o período da Ditatura Militar, visto que o romance Tenda dos Milagres foi publicado em 1969, sendo este o tempo presente da narrativa, tendo como passado e pano de fundo o governo Vargas. O objetivo da pesquisa foi verificar se há distinção no tratamento aos judeus, independente da época, tanto do ponto de vista do autor em relação à forma como se relaciona, escreve e os enxerga, como das personagens que compõem suas obras. Assim, as figuras judias foram contrapostas a outros não nacionais como os estrangeiros e imigrantes, visando a distinguir se estes recebem tratamento diferenciado do elemento judaico. Esta distinção entre estrangeiros e imigrantes também é um foco de estudo e análise e se dá devido a forma com que eles aparecem na literatura, ora como elemento embranquecedor, ora como mão-de-obra, ora como indesejado, por exemplo. O método de trabalho contemplou duas frentes: o levantamento e análise da figura do estrangeiro e do imigrante, judeu ou não, em diversas obras de Jorge Amado, mas especificamente nos dois romances em questão e a comparação entre representação e apresentação referentes à personagem judia nas obras específicas, visto que cada uma delas foi composta e publicada em períodos diferentes da História do Brasil e da sociedade baiana da época. Como resultados, são apresentadas e confrontadas as análises dos dois romances, bem como suas personagens e o contexto histórico-político-social das narrativas, chegando-se à conclusão de que há distinção de tratamento ao judeu, em comparação com outros elementos estrangeiros e imigrantes analisados; para chegar à este resultado, foram formuladas diversas perguntas que subjazem à pesquisa, como, por exemplo: em que medida o estrangeiro é discriminado, já que ocupa a posição do outro, do diferente? Em que medida se discriminam os judeus no Brasil, como herança do colonialismo português? Como eles são discriminados no período da Era Vargas e da Ditadura Militar? Os estrangeiros em geral recebem um tratamento semelhante, nos diversos textos literários? |