Resumo: |
A literatura produzida por Jorge Amado na década de 1930 é reconhecidamente marcada por seu engajamento político e ideológico. Para além do projeto de denúncia social que marcou vários escritores brasileiros nesse período, o processo de composição do autor é orientado pelos pressupostos formais da chamada \"literatura proletária\", o que aproxima suas obras da produção que se convencionou chamar de \"romance proletário\". Assim, o objetivo desta pesquisa é verificar em que medida esses pressupostos influenciaram as primeiras obras do romancista baiano - quais sejam: Cacau, Suor e Jubiabá -, considerando as possíveis limitações derivadas de um método importado e ajustado à realidade brasileira, sem perder de vista os impasses provocados pela rigidez e pelo esquematismo do gênero. No procedimento formal desses romances, o consórcio de elementos tributários de aspectos do método descritivo naturalista, da literatura proletária e da literatura popular comparece como fatores que estruturam as narrativas, conferindo à representação dos problemas sociais abordados um caráter multifacetado. O percurso de análise e interpretação revela que, entre as fissuras do modelo e da perspectiva idealizada do autor, a forma capta, com variantes, as contradições da sociedade brasileira, assentadas também em um processo falhado de modernização, engendrando, dessa forma, a revolta de homens e mulheres contra a subalternização e a exploração. |
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