Análise dos efeitos clínico-radiológicos, histopatológicos e bioquímicos da derivação ventrículo-subcutânea na hidrocefalia induzida por caulim em ratos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Santos, Marcelo Volpon
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17137/tde-27072016-162552/
Resumo: Introdução. A hidrocefalia é uma doença de complexa fisiopatologia, que não só afeta a dinâmica do líquido cefalorraquidiano (LCR), mas também outras estruturas do sistema nervoso central, e consequentemente pode trazer sequelas graves em crianças. Sua fisiopatologia, principalmente no nível bioquímico-celular, ainda é pouco conhecida. Objetivos. Avaliar aspectos clínicos (ganho ponderal, comportamento motor e memória), radiológicos (razão ventricular e transferência de magnetização), histopatológicos (astrocitose reativa e proliferação celular na matriz germinativa) e bioquímicos (presença de interleucinas inflamatórias no líquor) na fase aguda da hidrocefalia experimental induzida por caulim e o efeito do tratamento com derivação adaptada (ventrículo-subcutânea). Materiais e métodos. Utilizaram-se ratos Wistar com 7 dias de vida, que foram divididos em três grupos: controle sem injeção de caulim (n = 5), hidrocefálico sem tratamento (n=17), e hidrocefálico tratado com derivação ventrículo-subcutâneo (DVSC), a partir do 7o dia pós-indução (n=24). Os animais dos grupos hidrocefálicos tratado e não tratado receberam uma injeção de caulim a 15% na cisterna magna, para a indução da hidrocefalia, no 7o dia do estudo. Resultados. O ganho de peso foi semelhante nos grupos hidrocefálicos mas menor que no grupo controle. Animais tratados e não tratados exibiram desempenho inferior aos controles no comportamento motor pelo teste Open Field, ao passo que o desempenho no teste de memória foi melhor no grupo tratado. A DVSC reduz drasticamente as dimensões ventriculares, porém não reverte a desmielinização causada pela hidrocefalia, como visto na avaliação por ressonância magnética. Da mesma forma, os processos de astrocitose reativa (que aumenta com a hidrocefalia) e proliferação na matriz germinativa (que se reduz) não se alteram após o tratamento com a DVSC. A hidrocefalia aumenta os níveis liquóricos das interleucinas 1? e 6 e TNF-?, que retornam ao normal após o tratamento. Conclusões. O tratamento com a DVSC foi eficaz (considerando-se a redução ventricular) e trouxe benefícios comportamentais e celulares, porém não foi suficiente para alterar o curso dos processos de injúria e reparação celular cerebral já estabelecidos. Depreende-se que há participação de mecanismos inflamatórios neste modelo de hidrocefalia experimental a partir do achado de aumento de interleucinas inflamatórias no líquor