Amostragem passiva de poluentes orgânicos hidrofóbicos em ambientes aquáticos como ferramenta de monitoramento ambiental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Camila Rodrigues da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/46/46136/tde-05102022-110606/
Resumo: Existe uma crescente demanda para a avaliação das concentrações de Contaminantes Orgânicos Hidrofóbicos (COHs) na água, os quais incluem os Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs). Os POPs são contaminantes ambientais ubíquos presentes no ar, solo e água. Devido à hidrofobicidade dos POPs, a detecção de níveis traços de suas frações dissolvidas na água é um desafio quando se utiliza a amostragem pontual convencional. Além disso, essa técnica representa apenas uma fotografia dos níveis de contaminantes do momento específico da coleta. A amostragem passiva é uma alternativa à amostragem de água tradicional, fornecendo níveis médios de concentração integrados ao longo de semanas ou meses, a partir dos poluentes acumulados no amostrador durante o período de exposição. Nesse contexto, amostradores passivos monofásicos estão se tornando mais aceitos como um método para medir concentrações de COHs dissolvidas em água &#496; (Cw), uma vez que as Cw são mais relevantes do que as concentrações totais para avaliação de risco. No presente estudo, foi avaliada uma membrana de EVA comercialmente disponível (para uso odontológico), comparada à membrana de silicone (SR), como amostrador passivo monofásico para monitorar compostos hidrofóbicos em água. Os compostos alvo foram quatro classes de POPs: dibenzo-p-dioxinas policloradas (PCDDs) e dibenzofuranos (PCDFs), bifenilas policloradas (PCBs), incluindo os congêneres \"dioxin-like\", e éteres difenilicos polibromados (PBDEs). Os coeficientes de partição polímero-água (Kpw) determinados pelo método de cosolvente e calibração cruzada foram, na média, 1,0 unidade logartímica maior no EVA do que na SR. Os coeficientes de difusão (Dp) estimados pela técnica de empilhamento das membranas foram, na média, 2 ordens de grandeza menores no EVA do que no polímero SR. Mesmo com essas diferenças nas propriedades dos polímeros, o modelo teórico de resistência à transferência de massa confirmou que o processo de absorção para os compostos testados foi controlado pela camada limite de água, permitindo assim o uso de Compostos Referência de Desempenho (PRCs) para estimar as taxas de amostragem in-situ. Além disso, ambos os polímeros foram testados em uma região antropizada (Riacho Grande, São Paulo, Brasil) apresentando desempenhos de sorção semelhantes para tempos de exposição em campo de 3 e 6 meses. Tanto o EVA quanto o SR são úteis para amostragem passiva de água, porém as diferenças nos Kpw\'s entre os polímeros resultam em tempos menores para atingir o equilíbrio para a SR. Isso pode ser uma vantagem para o EVA, pois seus Kpw\'s mais altos significam maiores tempos para atingir o equilíbrio, maior capacidade de absorção e, portanto, uma maior massa absorvida do contaminante até que o amostrador atinja o equilíbrio, principalmente para compostos que atingem o equilíbrio relativamente mais rápido (log Kow < 5). Além do que, os tempos mais longos para atingir o equilíbrio para o EVA mantêm este amostrador por mais tempo na fase linear de absorção e a concentração média ponderada pelo tempo somente pode ser avaliada nesta fase, quando os compostos ainda não atingiram o equilíbrio. A seleção do polímero apropriado a ser empregado depende dos objetivos de amostragem.