As Xicas da Silva de Cacá Diegues e João Felício dos Santos: traduções e leituras da imagem da mulher negra brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Nwabasili, Mariana Queen Ifeyinwaeze
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27161/tde-07112017-154952/
Resumo: Tendo como objeto de estudo a construção e as leituras das Xicas da Silva representadas no filme de 1976, de Cacá Diegues, e no livro homônimo de João Felício dos Santos, do mesmo ano, esta pesquisa investiga quem teria sido a personagem Chica da Silva histórica real e suas formas de tradução por meio de diferentes sistemas de linguagem desde o século XIX. O trabalho faz uma análise aprofundada dos conceitos de representação, real, realidade, construto e fato históricos, tradução intersemiótica e imaginário para entender o que constitui, ou, segundo alguns críticos de 1976, deveria constituir as representações ficcionais de Chica da Silva, e como foi/é produzido um imaginário a seu respeito. Afinal, existe realmente algo que possa ser inequivocamente entendido como Chica da Silva, a verdadeira? Nesse percurso, são feitas análises imanentes das obras de 1976 e análises do contexto dos enunciados no qual seus autores estavam inseridos e com o qual a forma-conteúdo do filme e livro Xica da Silva dialoga. As análises buscam o que está entre o que as obras mostram e o que os autores e críticos disseram que elas mostram, para entender tais obras não só como conteúdos intradiegéticos, mas também como enunciados resultados de mediações históricas, culturais e sociais, e como mobilizadoras, ou mesmo catalizadoras, de debates sociais, raciais e de gênero em um período histórico específico da cultura e política nacionais. Mais do que questionar a legitimidade das reinvindicações que apontam para a exigência de uma acuidade mimética para a representação de personagens históricas como Chica da Silva (mulher e negra), a preocupação da pesquisa é entender por que e como tais exigências ocorrem. Afinal, o que está em jogo nas formas de dar a ver e de ver personagens mulheres e negras nas ficções cinematográficas, nas literárias brasileiras e, consequentemente, na realidade vivida por nós?