É difícil como o quê? escravidão e usos públicos do passado nas telenovelas Escrava Isaura (1976) e Xica da Silva (1996)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Abreu, Gabriel Fleck de
Orientador(a): Nicolazzi, Fernando Felizardo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/179438
Resumo: O presente trabalho propõe a análise das telenovelas Escrava Isaura (Rede Globo, 1976) e Xica da Silva (Manchete, 1996) sob a perspectiva dos usos públicos do passado. Enquanto Escrava Isaura foi escrita por Gilberto Braga em um contexto ditatorial, adaptando o romance abolicionista de Bernardo Guimarães sobre uma escrava branca, Xica da Silva foi a apropriação livre de Walcyr Carrasco das diversas memórias sobre a personagem histórica Francisca da Silva e seu romance com o contratador de diamantes no Arraial do Tejuco do século XVIII. Nos vinte anos que separam estas duas telenovelas, a historiografia brasileira sobre a escravidão foi palco de transformações ao mesmo tempo em que a telenovela brasileira se desenvolveu como uma indústria com papel de crescente destaque na construção da identidade nacional, com a telenovela “de época” administrando de forma performática as relações entre passado, presente e futuro. O trabalho coloca estas questões em diálogo com as telenovelas, refletindo sobre a representação do passado escravista em cada uma; as tensões sócio-políticas refletidas nestas representações; e as formas através das quais Escrava Isaura e Xica da Silva articulam passado, presente e futuro. A partir destas análises a dissertação busca perceber de que formas as escolhas de cada telenovela administram o passado da escravidão e como elas dialogam com os contextos sociais, políticos e culturais em que elas foram escritas, produzidas e exibidas.