Desigualdades em distâncias - gênero, classe, humilhação e raça no cotidiano do emprego doméstico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Freitas, Jefferson Belarmino de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-06062011-141206/
Resumo: Nesta pesquisa, enfatizamos que o cotidiano do emprego doméstico funciona, em grande medida, com base em desigualdades. Essas desigualdades ancoram-se em diferentes graus de distância social fortemente enraizados em gênero, classe e raça, e se expressam cotidianamente em gestos, palavras, e atitudes em geral, num constante jogo de ação e reação que envolve patroas e empregadas domésticas. É a condição de classe da empregadora que marca, em primeira instância, a distância social mais categórica entre ela e a sua contratada; para sobreviver enquanto profissão, o emprego doméstico necessita, inclusive, reforçar a distância social baseada na classe, posto que é tal distância a primeira a definir, de modo mais preciso, quem é a empregadora e quem é a doméstica. Em um segundo momento, chamaremos a atenção para o papel central que a humilhação exerce no cotidiano do emprego doméstico. A humilhação se fortalece quando formas de desigualdade são extremas, expressando-se, principalmente, por meio de atitudes ríspidas postas em prática pelas empregadoras. Enfatizaremos, por fim, que o emprego doméstico é também centro de desigualdade racial. Isso ocorre porque raça, enquanto categoria construída e manipulada socialmente, ganha força na esfera privada, local onde o emprego doméstico acontece por excelência. A distância social baseada na raça abre caminho para a discussão sobre o papel que o preconceito e, sobretudo, as discriminações raciais apresentam no cotidiano da ocupação. Embasam esta pesquisa, além de uma extensa revisão bibliográfica: dez entrevistas com trabalhadoras (colhidas no contexto da Região Metropolitana de São Paulo), análise de material jornalístico e ficcional e apreciação de documentos de instituições nacionais e internacionais que discutem os caminhos dos direitos humanos em sociedades contemporâneas.