Em casas distantes de casa. Desigualdades e melhoria de vida entre as brasileiras do ramo da limpeza doméstica na região de São Francisco, Califórnia (EUA)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Freitas, Jefferson Belarmino de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e Políticos
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Sociologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/15449
Resumo: Nesta tese, busco compreender como as migrantes brasileiras (e alguns migrantes brasileiros) que trabalham no ramo de limpeza doméstica (housecleaning) na região de São Francisco, Califórnia (EUA), relacionam noções de desigualdade com percepções sobre melhoria de vida. Enfatizo que elas organizam o seu cotidiano enquanto trabalhadoras movidas pela máxima, validada histórica e institucionalmente, segundo a qual os brancos não limpam casa . No interior dessa máxima, encontram-se expressas as desigualdades estruturais mais presentes no funcionamento do ramo de housecleaning na Bay Area: as desigualdades de gênero, de classe e de raça. Argumento que as trabalhadoras analisam cada uma dessas desigualdades a partir de uma perspectiva transnacional. Isso quer dizer que elas fazem os seus cálculos como base em dois estados-nação, o brasileiro e o estadunidense. Assim, para as trabalhadoras, o real peso das mencionadas categorias, vistas por elas como mais ou menos vantajosas, a depender do quanto elas conseguem flexibilizá-las ao seu favor, é inseparável de interpretações acerca dos significados das mesmas no cotidiano brasileiro. No meio desse jogo contrastivo, as desigualdades brasileiras por vezes intensificam a sensação de sucesso das trabalhadoras. Efetivamente, essas trabalhadoras tendem a concluir que estão melhorando de vida à medida que encontram mecanismos para se desvencilhar do peso das desigualdades estruturais que o trabalho de limpeza doméstica em São Francisco condensa. Não menos importante, seguir à risca a máxima segundo a qual os brancos não limpam casa faz com que as migrantes brasileiras construam a sua visão de mundo e tomem as suas estratégias de expansão de mercado com base em uma competição direta com outros grupos de cor