Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Pereira, Alice Ramos de Freitas |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/58/58131/tde-05122022-151841/
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Resumo: |
Com alta previsibilidade de sucesso e sobrevivência, o tratamento com implantes dentários é uma prática relevante da clínica odontológica. O material utilizado para confecção do conector protético parece ter papel importante no resultado clínico dos implantes em longo prazo. A infecção que resulta em um processo inflamatório nos tecidos peri-implantares continua a ser a principal limitação para o sucesso em longo prazo das restaurações suportadas por implantes. Mudanças nas comunidades microbianas são comuns ao longo do tempo, mas podem perturbar a homeostase do microbioma hospedeiro e resultar em inflamação dos tecidos peri-implantares se um biofilme disbiótico for estabelecido. Considerando que diferentes superfícies de substrato oral podem ter um impacto relevante na adesão e colonização microbiana, o objetivo deste estudo foi investigar longitudinalmente as comunidades microbianas do biofilme formado sobre próteses unitárias de implantes com conectores de titânio ou zircônia e sua correlação com as condições clínicas e radiológicas peri-implantares durante 3 anos de função. Vinte indivíduos saudáveis foram selecionados e reabilitados com implantes dentários e restaurações protéticas unitárias cimentadas sobre conectores de zircônia (n=10; região anterior da maxila) ou conectores de titânio (n=10; região posterior da maxila/mandíbula). Amostras de biofilmes supra e subgengival/submucoso e parâmetros clínicos (profundidade de sondagem, recessão gengival, sangramento à sondagem e reabsorção óssea marginal) foram coletados dos sítios associados aos implantes e dentes contralaterais nos períodos T0 = baseline (instalação da prótese), T1 = 12 meses, T2 = 24 meses e T3 = 36 meses de função mastigatória. O sequenciamento do gene rRNA 16S foi usado para caracterizar os biofilmes orais. Análise de bioinformática e estatística multivariada foram usadas para avaliar a diversidade microbiana e os resultados clínicos. Os microbiomas de ambos os materiais apresentaram altos níveis de diversidade alfa durante todo o período experimental, independentemente do tempo de amostragem. As comunidades microbianas de titânio e zircônia foram bastante diferentes ao longo do tempo, diferindo em cerca de 30% após 3 anos de carga funcional. A similaridade do microbioma entre os conectores testados e os dentes contralaterais também foi baixa, variando entre 45% e 50% após 3 anos de investigação. Patógenos periodontais comumente associados à peri-implantite foram encontrados em ambos os grupos. A profundidade de sondagem aumentou nos implantes associados aos conectores de titânio após 12 meses, enquanto nos implantes com zircônia reduziu no mesmo período. A recessão gengival e o sangramento à sondagem aumentaram ao longo do tempo para ambos materiais. Não houve diferença significante nos valores da reabsorção óssea marginal, entre os dois substratos, após 36 meses. Não foi observada nenhuma complicação técnica ou biológica para ambos os conectores, com taxa de sucesso de 100%. Os resultados sugerem a manutenção da saúde peri-implantar ao longo do tempo, em ambos os grupos. Além disso, os conectores de titânio e zircônia mostraram fortes correlações de índices de diversidade e taxa microbiana com os resultados clínicos. De modo geral, pode-se concluir que o tipo de substrato usado como conector protético influenciou de forma significante a diversidade e contagem de comunidades bacterianas durante 3 anos de função mastigatória. O tempo de amostragem não teve efeito sobre as variáveis. Fortes correlações foram encontradas entre os achados microbianos e os resultados clínicos. |