Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2002 |
Autor(a) principal: |
Bastos, Luciana Aparecida |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8137/tde-23062023-184012/
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Resumo: |
O objetivo deste trabalho é realizar um estudo da industrialização do Paraná sob uma nova ótica interpretativa, a qual não vê o Estado como uma eterna economia periférica e dependente de São Paulo, mas como uma região que se industrializou sobremaneira depois de 1970 e que, desde então, vem apresentando taxas de crescimento do PIB superiores às da própria média brasileira. O Paraná por ter sido um Estado basicamente agrícola, sobretudo até a década de 1970, foi analisado sob a ótica das chamadas \"Teorias da Dependência\" . Tais teorias atestam que os países agrícolas vivem na periferia dos países industrializados, pelo fato de estarem subjugados pela divisão internacional do trabalho, a produzirem matérias-primas e vendê-Ias a tais países enquanto deles adquirem produtos manufaturados que geralmente são mais caros do que os produtos primários por conter maior valor agregado, relação esta que coopera para que a balança comercial dos países agrícolas seja sempre deficitária e que eles jamais consigam competir com os países industrializados, conhecidos também como \"centrais\" . Esse mesmo fundamento teórico, saindo desse âmbito mais geral da análise que trata da relação entre países, passou também a ser utilizado para analisar a relação entre os diferentes Estados de uma mesma nação. Nessa ótica, muitos estudiosos de economia regional, passaram a enxergar os demais Estados brasileiros como sendo periféricos de São Paulo, considerado como o \"centro industrial\" do BrasiL Tal condição era possível devido à existência de uma divisão do trabalho em nível nacional, que subjugava a todos os Estados brasileiros ao posto de produtores de bens primários e compradores dos bens industrializados produzidos por São Paulo. O desenvolvimento industrial do Paraná, durante muito tempo, foi analisado com base nesse fundamento teórico. De acordo com a maioria dos estudiosos da economia paranaense, a industrialização do Paraná seria praticamente impossível devido a sua própria posição assumida na divisão do trabalho em nível nacional : a de produtor de bens agrícolas e comprador de bens industrializados de São Paulo. Segundo eles o Estado não deveria tentar se industrializar, pms Jamais conseguiria competir com São Paulo. Pelo contrário, deveria lutar para produzir bens primários de qualidade superior àqueles produzidos pelos demais Estado periféricos, adquirindo a posição de melhor produtor agrícola da nação. Porém, foi justamente graças à agricultura do Estado que sempre alcançou altos índices de produtividade e rentabilidade (sobretudo graças à cultura cafeeira no Estado, durante as décadas de 1950 e 1960), que o Paraná pôde auferir renda suficiente para a montagem de uma infra-estrutura básica em termos de construção de estradas, portos marítimos e ferrovias na década de 1960, e propiciar a montagem de um parque industrial próprio na década de 1970. Desde então a indústria paranaense vem crescendo sobremaneira, a princípio através da agroindústria e depois, dos novos setores industriais que surgiram para atender as demandas de máquinas , equipamentos e insumos industriais da agroindústria, setores estes cada vez menos relacionados à agricultura propriamente dita e que vieram a comprovar a existência de um processo de gradativa autonomização da agricultura paranaense frente à indústria, que passa a crescer mais do que a própria agricultura no Estado depois da década de 1970. O setor industrial paranaense , de pouco importante que era, passou a superar a participação da própria agricultura na renda interna do Estado a partir da metade da década de 1970 e a aumentar sua participação na renda interna do país, vindo a crescer mais do que a média de crescimento da indústria nacional como um todo a partir dessa década, processo este que tem mantido a mesma tendência de continuidade e de intensificação até hoje. |