Os positivistas politécnicos e a (des)Construção da Maravilhosa Cidade: Rio de Janeiro, 1850-1906

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Caetano, Rui Cesar de Andrade
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8137/tde-27112009-110409/
Resumo: A evolução do capitalismo ao seu estágio supremo, a universalização das relações sociais capitalistas, implicou em uma ampla transformação da base estrutural dos países periféricos, modificando-lhes a organização social, política e econômica. Esse processo de transformação tem sido comumente denominado de modernização. A modernização pode ser entendida como um conjunto articulado de ações que se desenvolvem nas esferas política, social e econômica, visando dotar o complexo sistêmico que compõe o Estado Nacional, de maior racionalidade e eficiência no que tange aos seus objetivos. Essa racionalidade e eficiência que se expressam através da maior divisão e especialização das funções de todos os setores que compõe o organismo do Estado, é acompanhada pela emergência dos grupos de intelectuais geralmente identificados com os novos e dinâmicos setores produtivos, que inevitavelmente entram em conflito ideológico com a antiga elite intelectual dominante. O conflito ideológico é tido como inevitável, porque reflete a luta pela transferência do poder político de uma elite reconhecida como arcaica, para outra considerada moderna. No Rio de Janeiro de meados do século XIX aos primeiros anos do século XX, este conflito revelouse de forma explícita através das reivindicações dos engenheiros politécnicos, identificados ideologicamente com os interesses industriais nascentes. Nesse sentido, os engenheiros irão defender a reorganização do Estado, que neste trabalho foi estudada em uma das suas características, a reforma urbana da cidade do Rio de Janeiro, então capital do país. O termo reforma aqui empregado, tem um sentido muito mais amplo do que o termo remodelação, e deve ser compreendido como ruptura com o modelo organizacional sócio-econômico, espacial e político até então dominante. Aspecto mais visível dessa ruptura, o saneamento urbano da cidade do Rio de Janeiro, conhecido como Reforma Passos, modificou-lhe profundamente não apenas alguns aspectos fisiográficos, mas toda uma estrutura social e econômica que perdurava desde o período colonial. A velha cidade colonial, entendida como símbolo do atraso, desapareceria, e em seu lugar surgiria a moderna cidade industrial. Conduzida por engenheiros capitalistas e empresários, a Reforma privilegiou demasiadamente os interesses econômicos sem a devida preocupação com a solução dos sérios problemas sociais herdados do Império, tendo-lhes aumentado em alguns sentidos, a intensidade, como o demonstra a crise de moradia verificada no período, a qual não encontrou solução até os dias atuais.