Ações proteolíticas da metaloproteinase de matriz (MMP)-2 nas alterações morfofuncionais de artérias de resistência e de condutância na hipertensão renovascular

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Parente, Juliana Montenegro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17133/tde-22082017-140719/
Resumo: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) apresenta alterações vasculares significativas como o remodelamento vascular e o aumento da atividade das metaloproteinases de matriz (MMPs), principalmente a MMP-2, responsáveis pela proteólise da matriz extracelular. No remodelamento vascular, ocorre uma mudança no fenótipo das células musculares lisas vasculares (CMLV) de contrátil para sintético, com redução de proteínas da maquinaria contrátil como a calponina-1. Essa alteração fenotípica confere às CMLV a capacidade de migração e proliferação, contribuindo ao remodelamento arterial durante a HAS. A calponina-1 foi degradada pela MMP-2 em aorta de ratos endotoxêmicos e este efeito contribuiu para a menor contração vascular da sepse. Sua redução foi associada ao aumento de atividade de MMP-2 e proliferação de CMLV em aortas de ratos hipertensos. A hipótese do presente trabalho é de que a MMP-2 contribui para as alterações morfofuncionais induzidas pela hipertensão em artérias de condutância e de resistência pela regulação de calponina-1. Para testar tal hipótese, ratos Wistar foram submetidos ao modelo de hipertensão dois rins-um clipe (2R-1C) ou apenas laparatomia e tratados por via oral com doxiciclina (inibidor da atividade de MMPs na dose de 30 mg/kg/dia) ou água durante sete dias. A pressão arterial sistólica (PAS) foi aferida diariamente por pletismografia de cauda. Aorta e artérias mesentéricas foram removidas para a execução de zimografia in situ e em gel, imunofluorescência para calponina-1, imunohistoquímica para Ki-67 e análise morfológica. Artérias mesentéricas e aortas também foram utilizadas para curva concentração-efeito com fenilefrina. Observou-se que a PAS aumentou em ratos 2R-1C e o tratamento com doxiciclina não a reduziu. A análise morfológica da aorta mostrou que a razão média por lúmen e a área de secção transversal aumentaram nos animais hipertensos em relação aos grupos Sham. Não houve alteração nestes parâmetros nas artérias mesentéricas. Houve aumento de proliferação das CMLV em aortas de ratos 2R-1C e a doxiciclina reverteu essa alteração. Nas artérias mesentéricas não foi observada alteração na proliferação celular. A atividade gelatinolítica de MMP-2 e sua expressão estão aumentadas nos dois leitos arteriais de ratos 2R-1C e o tratamento com doxiciclina as reduziu. A expressão de calponina-1 está reduzida nas aortas e aumentada nas artérias de resistência de animais 2R-1C e o tratamento reverteu estes efeitos. A contração à fenilefrina das aortas e artérias mesentéricas está aumentada nos animais 2R-1C e o tratamento a reduziu. Os resultados indicam que a MMP-2 tem ações diferentes na regulação de calponina-1 nos dois leitos arteriais. Nas artérias de condutância, a redução de calponina-1 pela MMP-2 pode ser o gatilho para a mudança de fenótipo das células musculares lisas vasculares, o que conduz ao remodelamento hipertrófico. Nas artérias de resistência, a MMP-2 pode contribuir para a função contrátil do leito arterial aumentando os níveis de calponina-1.