Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Batista, Rose Inês Matos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17133/tde-25072024-105823/
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Resumo: |
As metaloproteinases de matriz (MMPs) são um grupo de endopeptidases que participam da degradação da matriz extracelular (MEC), culminando em remodelamento vascular. Na hipertensão, o tratamento com nitrito de sódio reduz a atividade da MMP-2 por mecanismos ainda não elucidados. Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi avaliar se os efeitos benéficos do nitrito de sódio na hipertensão arterial se devem à produção de nitrosotiois e nitrosilação das MMPs com consequente diminuição de sua atividade. Para isto, utilizamos células musculares lisas vasculares (CMLVs) tratadas com PMA, PMA+nitrito, PMA+GSNO, Ang II, Ang II+nitrito, AngII+GSNO, além de seus grupos controle, sendo medida a atividade das gelatinases por zimografia in situ nessas células. A fim de elucidar a participação dos nitrosotiois nos efeitos anti-MMP do nitrito, também foram feitos tratamentos concomitantes com o RNAi para GSNO redutase (GSNOR). No que diz respeito aos protocolos in vivo, foram utilizados animais Sham e hipertensos 2 rins 1 clipe (2R1C), tratados com veículo, nitrito (1mg/kg via oral) e nitrito+SPL 334 (0,3mg/kg IP), sendo este último um inibidor da enzima GSNOR. Esses animais tiveram a pressão medida semanalmente por pletismografia de cauda, os níveis de nitrito, espécies nitrosiladas totais e nitrosotiois no plasma, bem como níveis de nitrito e espécies nitrosiladas totais na aorta foram medidos por quimiluminescência através do ozônio, além da quantificação morfométrica do remodelamento vascular aórtico. Além disso, animais Sham e 2R1C também foram tratados com veículo, nitrito (15mg/kg via oral) e nitrito+omeprazol (10mg/kg via intraperitoneal) dos quais foram aferidos a pressão semanalmente e medidos o pH estomacal, o estresse oxidativo pelos métodos de lucigenina e DHE, a atividade das gelatinases por zimografia em gel e zimografia in situ e o remodelamento vascular aórtico. Como resultados, obtivemos que o tratamento das CMLVs com PMA e Ang II aumentou a atividade das MMPs e o tratamento com GSNO foi capaz de reverter esse aumento, enquanto o nitrito não apresentou efeitos. O tratamento com RNAi foi capaz de diminuir a expressão da GSNOR e aumentar a nitrosilação da MMP-2. Nas células em que o PMA foi utilizado como ativador de MMPs, foi observado que o GSNO só exerceu efeito anti-MMP no grupo que foi tratado concomitantemente com o RNAi. Porém, o mesmo não foi observado nas células tratadas com angiotensina II, onde em ambos os grupos (controle e GSNOR-), o GSNO teve efeito nas gelatinases. No que diz respeito aos animais, o tratamento concomitante de nitrito 1mg/kg e SPL- 334 gerou um efeito mais pronunciado na pressão arterial do que quando estas drogas foram usadas separadamente, especialmente na semana 4 do protocolo. Também foi observado um aumento do nitrito na aorta diante do tratamento concomitante de nitrito e SPL 334. O remodelamento vascular, em relação ao parâmetro média/lúmen (M/L), foi melhorado pelo tratamento apenas com SPL-334 e também pelo tratamento com Nitrito+SLP-334. Quanto à área de secção transversal (CSE), foi observada uma melhora do remodelamento apenas com o tratamento concomitante das duas drogas. Em relação ao protocolo animal utilizando omeprazol e nitrito na dose de 15mg/kg, o nitrito foi capaz de diminuir a pressão arterial nas semanas 3, 5 e 6 de tratamento e o omeprazol tendeu a reverter os efeitos do nitrito na hipertensão também nestas semanas do protocolo. Em relação ao estresse oxidativo, a hipertensão aumentou os níveis de superóxido e a atividade da NADPH oxidase, sendo o nitrito capaz de diminuir ambos os fatores e o omeprazol reverteu estes efeitos. Um efeito semelhante do omeprazol foi encontrado na atividade das gelatinases por zimografia in situ, onde o omeprazol também reverteu os efeitos benéficos do nitrito. Em relação à zimografia em gel, houve aumento da atividade da atividade da MMP-2 nas isoformas de 64 e 72 kDa, porém os tratamentos não alteraram tal resposta. Em relação ao remodelamento vascular, foi observado que o nitrito de sódio diminui a área de secção transversal da aorta dos animais hipertensos e o tratamento concomitante com omeprazol impediu este efeito. Os resultados obtidos nos permitem sugerir que os efeitos benéficos do nitrito de sódio no sentido de diminuir a atividade das MMPs na hipertensão estariam, pelo menos em parte, relacionados com a formação de nitrosotiois no estômago, que levaria a nitrosilação da MMP-2 e diminuição da sua atividade. |