Efeito do uso de guaraná em pó (Paullinia cupana) sobre a modulação do fator neurotrófico derivado do cérebro e sintomas depressivos em adultos jovens saudáveis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Negrão, Leonardo Dias
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6138/tde-10042024-182237/
Resumo: Os polifenóis presentes nos alimentos podem contribuir para promoção e proteção da saúde mental, com a redução dos sintomas depressivos, modulação da inflamação e neuroplasticidade. A saúde mental é um importante problema de saúde pública, pelo seu impacto na qualidade de vida, comprometimento biopsicossocial, funcional e econômico. O guaraná, um produto brasileiro rico em polifenóis, com propriedades estimulantes devido ao elevado conteúdo de cafeína, catequina, epicatequina e proantocianidinas possui potencial de promoção de melhoria em sintomas relacionados a saúde mental e seus biomarcadores. Objetivo: Investigar a relação do consumo de alimentos e sintomas depressivos, bem como avaliar o efeito do guaraná em pó na modulação do fator neurotrófico derivado do cérebro e citocinas relacionadas a inflamação e nos sintomas depressivos em adultos jovens. Métodos: Realizou-se uma pesquisa online com 1.004 brasileiros, em 2020, avaliando a mudança no consumo de alimentos e sintomas de estresse, ansiedade e depressão autorrelatados. Posteriormente, foi desenvolvida uma intervenção, aleatorizada, triplo-cego, placebo-controlada com jovens adultos saudáveis, divididos nos grupos guaraná (n=13) e placebo (n=14), com ingestão de 3g diárias de guaraná em pó ou farinha de amido, durante 8 semanas. Foram aplicados questionários socioeconômicos e de estilo de vida, de sintomas depressivos e realizadas coleta de sangue no início no experimento, após 4 semanas e 8 semanas de intervenção, posteriormente foram analisados no plasma, os biomarcadores inflamatórios e o fator neurotrófico derivado do cérebro. Resultados: Os dados foram apresentados na produção de quatro artigos. No primeiro artigo, apresentou-se a relação entre mecanismos na produção de neurotransmissores e fatores neurotróficos e aumento de citocinas pró-inflamatórias e síntese de monoaminas e neurotrofina. Este discute que os polifenóis têm demonstrado um papel importante, principalmente catequinas, em atenuar a inflamação, e podem auxiliar na modulação das vias envolvidas nos sintomas depressivos. No segundo artigo foi observado que a diminuição no consumo de vegetais, legumes e frutas foram associados a sintomas de estresse, ansiedade ou depressão. No terceiro artigo fez-se um panorama geral da população da intervenção, observando-se que 55% dos voluntários eram do sexo biológico feminino, com idade média de 28 anos, peso corporal médio de 79kg, apresentavam excesso de peso, e índice de massa corporal de cerca de 28,12 kg/m². Foi observada uma taxa de retenção de 71,4% e 76,9% para os grupos controle e intervenção, respectivamente. Por conseguinte, no quarto artigo, observou-se uma diferença significativa de aumento do fator neurotrófico derivado do cérebro após quatro e oito semanas de intervenção entre os grupos guaraná e placebo, bem como a atenuação dos marcadores inflamatórios TNF-alfa e interleucina-6. Conclusão: O consumo de alimentos de origem vegetal, em especial frutas nativas ricas em compostos fenólicos, foi associado a menor intensidade de sintomas depressivos em adultos. Em paralelo, o aumento plasmático do fator neurotrófico derivado do cérebro e atenuação da inflamação foram associados ao consumo do guaraná em pó por jovens adultos.