Marcadores sorológicos Bullous Pemphigoid 180/230 e fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) na relação penfigoide bolhoso e demência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Julio, Tamiris Amanda
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-29082016-142136/
Resumo: Introdução: Penfigoide bolhoso (PB) resulta da produção de autoanticorpos contra proteínas hemidesmossomais BP (Bullous Pemphigoid) 180 e/ou 230, acomete os idosos, e está associado com doenças neurológicas (DN), especialmente com a demência (DEM). BP180/230 foram identificadas no Sistema Nervoso Central (SNC), aventando-se possível mimetismo antigênico entre moléculas da pele e do SNC. O fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) participa da neurogênese, sinaptogênese e sobrevivência neuronal, e a sua diminuição sérica tem sido relacionada com DN. Objetivo: Quantificar o peptídeo BDNF e os anticorpos anti-BP180/230 na relação PB com DEM. Material e Métodos: Em estudo comparativo, 50 pacientes com PB, 50 com demência e 50 controles foram avaliados. A detecção dos anticorpos anti-BP180/P230 e do peptídeo BDNF foi determinada por ensaios ELISA. Imunofluorescência indireta (IFI) foi conduzida nas amostras de soro dos pacientes do grupo DEM e dos controles que apresentaram positividade para anti-BP180/230. Resultados: No grupo PB, a frequência de DN foi de 26%: DEM 16%, acidente vascular cerebral 6%, e epilepsia 4% - 5/8 (63%) pacientes apresentaram demência vascular e 3/8 (38%) demência por doença de Alzheimer. Positividade para anti-BP180/230 foi observada no grupo PB (74% e 40%, respectivamente), no grupo DEM (10% e 10%) e nos controles (14% e 0%). No grupo DEM, em 2/10 pacientes que apresentaram positividade para antiBP180/230, a IFI evidenciou depósito de IgG e C3 no lado epidérmico da clivagem, configurando quadro subclínico de PB. A mediana do BDNF resultou menor no grupo DEM (25,41 pg/ml) comparado aos controles (38,21 pg/mL), e o grupo PB apresentou os menores valores de BDNF (16,88 pg/mL). Não houve correlação dos títulos de anticorpos antiPB180/230 com a concentração do peptídeo BDNF no grupo PB. Os pacientes do grupo DEM foram alocados de acordo com a escala de demência - CDR1, CDR2 e CDR3; a mediana de BDNF do subgrupo CDR3 (23,37 pg/mL) foi inferior ao CDR1 (30,17 pg/ mL). Não houve diferença na concentração do BDNF segundo o tipo de demência. O grupo PB, quando estratificado em - com DEM, outras DN e sem DN, aqueles com associação com DEM apresentaram menores níveis de BDNF (9,1 pg/mL), comparados ao grupo sem DN e ao subgrupo CDR3 do grupo DEM. Conclusão: Marcadores para PB não são úteis para o diagnóstico de DEM. Valores sorológicos baixos de BDNF no grupo PB podem sugerir associação com DEM. BDNF pode ser utilizado como biomarcador de gravidade da DEM.