O deus das ilusões: cultura e classe social em A história secreta de Donna Tartt.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Couto, Laisa Ribeiro do
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8147/tde-23082024-092001/
Resumo: A presente dissertação tem como objetivo analisar o romance A história secreta (1992), de Donna Tartt, cujo enredo gira em torno de um jovem de classe média que adentra uma privilegiada faculdade na Nova Inglaterra e cujo fascínio pelos colegas da classe dominante faz com que ele deseje emular o seu comportamento em busca de ascensão social, se tornando cúmplice de assassinatos perpetrados pelos colegas. Por meio da análise de trechos do romance, visa-se compreender a forma como a obra é uma herdeira direta da tradição do romance acadêmico e de suas discussões acerca da desigualdade social presente na academia. Ademais, investiga-se como o protagonista utiliza o capital cultural como uma forma de ascensão social, com base em hierarquizações pautadas pelo gosto estético. A partir de uma análise dos conceitos estéticos colocados pelo narrador na narrativa (pitoresco, sublime e belo), foi analisado o desenvolvimento da perspectiva estética do narrador, cuja ênfase é dada em suas descrições acerca da casa de campo, local utilizado pela autora como um locus horrendus, no qual ela trabalhou com artifícios da literatura gótica. Concluiu-se que o teor meritocrático do discurso do protagonista está envolto por irrealidades e ilusões, que ficam ainda mais evidentes quando ele utiliza diversos gêneros literários para ler o mundo ao seu redor.