Comprometimento do metabolismo ósseo em pacientes transplantados cardíacos: resultados de estudo de coorte prospectivo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Seguro, Luis Fernando Bernal da Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-07012020-124903/
Resumo: Introdução: Dados na prevenção de fraturas após transplante cardíaco são controversos na literatura. Há questionamentos a respeito da segurança e eficácia dos bisfosfonatos nesta população. Um melhor conhecimento dos efeitos do transplante cardíaco no osso pode orientar o tratamento adequado. O objetivo do estudo foi avaliar metabolismo ósseo, densidade mineral óssea (DMO), microarquitetura e a frequência de fraturas vertebrais após transplante cardíaco. Métodos: Setenta adultos submetidos a transplante cardíaco foram seguidos prospectivamente por 12 meses. Dados clínicos, laboratoriais, DMO, microarquitetura (por HR-pQCT) e fraturas vertebrais foram avaliados no momento inicial (após alta da UTI), após 6 e 12 meses. DMO, composição corporal e fraturas vertebrais foram avaliadas pela densitometria. Todos os pacientes receberam orientações dietéticas para ingesta adequada de cálcio e suplementação oral de vitamina D após o transplante (50.000UI/semana por 3 meses, seguido de 7.000UI/semana). Resultados: Na avaliação inicial, 27% dos pacientes tinham osteoporose, associada ao tempo de hospitalização antes do transplante (p=0,001). A DMO reduziu nos primeiros 6 meses, com recuperação parcial após. Houve deterioração de microarquitetura óssea, principalmente de osso trabecular nos primeiros 6 meses e osso cortical nos 6 meses subsequentes. Na avaliação inicial, 92,9% dos pacientes tinham vitamina D < 30 ng/mL e 20,0% < 10ng/mL. Pacientes também apresentavam cálcio sérico no limite inferior da normalidade, fosfatase alcalina elevada e marcador de reabsorção óssea elevado. Estas alterações eram sugestivas de defeito de mineralização óssea e normalizaram em 6 meses com a correção da deficiência de cálcio e de vitamina D. A maioria das fraturas vertebrais foi identificada já na avaliação inicial (23% dos pacientes). Após análise multivariada, apenas massa gorda reduzida permaneceu como fator de risco para fratura vertebral (p=0,012). Conclusão: Altas frequências de osteoporose densitométrica, deficiência de vitamina D, anormalidades de marcadores ósseos e fraturas vertebrais foram observadas logo após o transplante cardíaco. A correção da deficiência de cálcio e de vitamina D deveria ser o primeiro passo para a correção do defeito de mineralização óssea, antes de outras terapias específicas para osteoporose serem iniciadas. Atenção especial deve ser dada aos pacientes com hospitalização prolongada antes do transplante e com baixa massa gorda