Estudo prospectivo observacional dos efeitos da quimioterapia paliativa em pacientes com câncer colorretal metastático ou irressecável com performance status comprometido

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Rocha, Lucila Soares da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5155/tde-04082023-152743/
Resumo: O câncer colorretal é o segundo mais incidente em homens e mulheres, excluindo-se neoplasias de pele não melanoma e por esta razão é de grande interesse seu estudo em oncologia. Com frequência a neoplasia maligna de cólon e reto se apresenta metastática, irressecável ou recorre desta maneira nos primeiros anos de acompanhamento. Apesar de diversos estudos avaliando tratamento desta neoplasia no cenário metastático com grandes avanços na última década, pouco se sabe, ainda, do benefício de tratamento padrão em pacientes que se apresentam, ao diagnóstico, com performance status (PS) comprometido, Eastern Cooperative Oncology Group (ECOG) PS 3 e 4, já que são sistematicamente excluídos dos estudos clínicos. O objetivo do presente estudo é avaliar o benefício do tratamento de primeira linha do câncer colorretal metastático com quimioterapia baseada em oxaliplatina em pacientes frágeis ECOG PS 3 e 4. Trata-se de coorte prospectiva observacional cujo desfecho primário é melhora de sintomas pela escala de sintomas de Edmonton (ESAS-r) quando se compara a situação basal com quarta semana de tratamento, excluindo-se aqueles que apresentaram toxicidades maior ou igual a grau 3, avalia como desfechos secundários qualidade de vida pelo questionário EQ5D, melhora clínica subjetiva, toxicidades, resposta bioquímica, radiológica, melhora de ECOG PS e sobrevida. Apesar de dificuldade em recrutamento não atingindo a amostra calculada, o estudo trouxe os seguintes resultados: todos os pacientes apresentaram queda de 2 pontos no pior sintoma da ESAS-r e, ao excluir aqueles com toxicidade maior ou igual a grau 3, 42,85 % atingiram o desfecho primário de eficácia, porém chama a atenção uma taxa de toxicidade grau 5 (óbito pelo tratamento) de 17,8% muito elevada neste cenário. Os resultados geram reflexões importantes já que pacientes ECOG PS 4 tiveram sobrevida global mediana de 33 dias, contra 98 dias para ECOG PS 3, p: 0,033, pacientes internados e com bilirrubina elevada parecem ter menor benefício. Por último chama a atenção a taxa de pacientes que receberam quimioterapia nas últimas duas semanas de vida (25%) e aqueles que receberam nos últimos 30 dias de vida (53,6%). Para qualidade de vida também houve melhora na percepção geral de saúde e no utility calculado, sem diferença nos quesitos individuais e com 46% dos pacientes não respondendo a reavaliação da quarta semana por óbito ou piora clínica. Apesar de uma amostra reduzida, pela fragilidade destes pacientes, o estudo levanta a necessidade de se avaliar melhor o benefício de tratamento nesta população já que, apesar do potencial impacto em sintomas, o tratamento acarreta risco muito elevado de toxicidades e em determinados subgrupos ausência de benefício em sobrevida global