Desempenho da mímica facial e qualidade de vida na fase aguda da paralisia facial periférica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Vilela, Monize
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17151/tde-19092019-132605/
Resumo: Introdução: A paralisia facial periférica (PFP) é a neuropatia craniana mais comum, o qual o nervo facial, responsável pela mímica facial, perde sua função. Com isso, entende-se a importância de se investigar o impacto psicológico que ela causa nos portadores desta patologia e os prejuízos quanto à função muscular, para auxiliar no diagnóstico e prognóstico. Objetivos: Analisar o desempenho da mímica facial na PFP comparativamente a sujeitos controles e suas relações com a qualidade de vida (QV) e a gravidade de comprometimento motor. Métodos: Trata-se de um estudo observacional transversal em que foram selecionados pacientes com PFP unilateral adquirida em fase aguda, entre 18 e 59 anos (GPFP) e sujeitos controles (GC) na mesma faixa etária. Um total de 236 sujeitos com paralisia facial foram triados e, destes, 35 sujeitos com paralisia de Bell compuseram o GPFP, com idade média de 34,2 anos (±13,6) e 28 sujeitos o GC com idade média 33,9 anos (±13,1). Os pacientes com PFP foram classificados segundo o grau de comprometimento motor de House e Brackmann. Investigou-se o Índice de Incapacidade Facial - IIF (físico e social), relacionado à QV, a Avaliação da Mobilidade da Mímica Facial (AMMF) e a Análise Tridimensional (3D) do Movimento Facial. Adotou-se o teste não paramétrico de Mann Whitney na comparação entre os grupos para o questionário de IIF, AMMF e análise 3D. O teste de correlação de Spearman analisou as relações entre o grau da PFP e as demais variáveis. Resultados: Com relação ao IIF, o GPFP possui escores significantemente menores em relação ao GC para ambos subíndices: físico (P<0,0001) e social (P<0,0141). As mulheres com PFP parecem sofrer mais no âmbito social que os homens (P=0,046). Os valores globais de mímica facial gerados pelo AMMF também se mostraram menores no GPFP comparados ao GC (P<0,0001), assim como na comparação individual de cada músculo (P<0,0001). A análise 3D mostrou índices de assimetria significantementemaiores no GPFP (P< 0,0001). Houve correlação entre o grau da PFP e QV para função física (?=-0,40; P<0,01); entre o aumento da idade com a piora da QV para função física (?=-0,45; P<0,005). A AMMF mostrou correlação com o grau (?=-0,65; P<0,0001) e com a QV para função física (?=0,56; P=0,0004). Com relação à análise 3D, todas as provas de mímica facial pesquisadas se correlacionaram com o grau da PFP, com exceção da prova de protrusão labial e se correlacionaram com a QV as provas de surpresa, sorriso aberto e sorriso fechado. Conclusões: Pacientes com PFP possuem um déficit na função muscular quando comparados aos controles com relação à capacidade facial relacionada à QV, à mímica facial e diferenças de assimetria facial, sendo as mulheres que sofrem mais no âmbito social em relação à QV. A capacidade física relacionada à QV foi influenciada pela gravidade da PFP, pelo aumento da idade, pela piora no desempenho da mímica facial e pela análise 3D em três provas de mímica facial. A piora da PFP influenciou no desempenho muscular e na análise 3D do movimento facial.