Prevalência de excesso de peso e avaliação do consumo alimentar de pré-escolares atendidos pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Soares, Leticia Alves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17144/tde-30062023-091740/
Resumo: Introdução: Em 2020, conforme dados da Organização das Nações Unidas, 39 milhões de crianças em todo o mundo com até cinco anos de idade possuíam sobrepeso ou obesidade. O excesso de peso em crianças é um agravo complexo e multifatorial, resultante da interação entre fatores genéticos e ambientais. Para o tratamento e prevenção da obesidade na infância uma intervenção efetiva deve envolver as principais relações e os contextos em que o indivíduo está inserido, tais como ambiente familiar e escolar. No Brasil, O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) oferece alimentação escolar e ações de educação alimentar e nutricional a estudantes de todas as etapas da educação básica pública, sendo uma ferramenta para a prevenção da obesidade na infância no país. Objetivo: O objetivo do presente estudo foi identificar a prevalência de excesso de peso e analisar o consumo alimentar de alunos em idade pré-escolar, matriculados em escolas municipais cadastradas no PNAE no município de Sertãozinho-SP. Métodos: Trata-se de um estudo transversal observacional do tipo descritivo. Para realizar esclarecimento sobre o estudo aos responsáveis pelas crianças foram realizadas reuniões nas próprias unidades escolares, com presença dos responsáveis e do pesquisador. Após autorização dos responsáveis por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) os pré-escolares foram submetidos à aferição do peso, estatura, Prega Cutânea Tricipital (PCT), Circunferência do Braço (CB) e Circunferência Abdominal (CA). Para coleta de dados de consumo alimentar foi utilizado questionário quantitativo de frequência alimentar validado. Resultados: 153 alunos foram incluídos na amostra, sendo que 81 (52,94%) eram meninos e 72 (47,06%) eram meninas. Ao todo, 109 (71,24%) crianças, possuíam idade entre 4 e 5 anos. A renda familiar média encontrada foi de R$3960,88 e a renda per capita mensal média foi de R$ 1130,00. De acordo com a classificação de IMC para idade, 1 (0,65%) criança apresentou magreza acentuada, 10 (6,54%) estudantes foram classificados com magreza, 89 (58,17%) eutróficos, 12 (7,84%) com risco de sobrepeso, 22 (14,38%) com sobrepeso, 12 (7,84%) com quadro de obesidade e 7 (4,58%) com obesidade grave. Foi verificada associação significativa entre as variáveis IMC por idade e PCT (p<0,0010, sendo a mesma associação observada para as medidas de CA (p<0,001). Com relação ao consumo alimentar foi verificado que para as verduras e legumes, a frequência de consumo igual ou menor que 1 a 3 vezes no mês foi a mais citada pela maioria dos responsáveis. Dentre o grupo do açúcar, doces e salgadinhos, mais de 50% dos entrevistados referiram consumo de achocolatado em pó (63%) e açúcar (53%) em frequência maior ou igual a 2 a 4 vezes por semana. Conclusão: Foi verificada elevada prevalência de excesso de peso precoce entre os participantes, de aproximadamente 35%. Os quadros de magreza grave e magreza foram observados em 7% das crianças. Os valores encontrados na aferição da PCT e CA estão diretamente associados com os valores de IMC para a idade. Ainda, foi observada uma baixa frequência no consumo de legumes e verduras e elevada ingestão de alimentos ultraprocessados.