O horizonte do texto dissertativo-argumentativo em provas de vestibular: uma reflexão com base na teoria das operações argumentativas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Helio Ponciano da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-21012021-005614/
Resumo: Esta dissertação teve como objetivo central analisar os parâmetros das provas de redação dos dois exames vestibulares de maior porte no Brasil para a produção de texto dissertativo-argumentativo pelos seus candidatos. Baseando-se na teoria das operações argumentativas, questionou-se em que medida estes parâmetros sugerem o emprego das operações argumentativas de justificação e de negociação ao candidato, a partir dos manuais de orientação e temas de redação propostos. Para tanto, foi analisado um corpus constituído de: 1) os manuais dos candidatos dos dois sistemas de seleção o Enem (Exame Nacional de Ensino Médio, que serve como critério de ingresso em universidades federais e estaduais) e a Fuvest (processo seletivo da Universidade de São Paulo) e 2) as propostas de redação (temas e textos motivadores) desses exames ao longo de 10 anos consecutivos (2009 a 2018 e 2010 a 2019). Discutiu-se se cada um desses materiais, decisivos para que os candidatos orientem sua argumentação, oferece diretrizes para as operações argumentativas de justificação e de negociação. Optou-se pela análise qualitativa com base na sumarização e na descrição das 20 propostas dos dois exames e na quantificação das orientações dos temas e textos motivadores. Os dados revelam que 90% das propostas de redação do Enem no período orientam para um texto pautado apenas pela justificação, a sustentação de uma tese; já a Fuvest, em 80% das propostas temáticas, dá margem também ao emprego de negociação, de contra-argumentação. Avaliou-se que a Fuvest espera do candidato um exercício mais pleno da argumentação, que integre diferentes pontos de vista, movimento esperado em uma operação de linguagem primordial para a resolução de conflitos. Concluiu-se que, na definição de temas e orientações à prova de redação, os dois exames oferecem margens diferentes de abertura ao debate, à controvérsia, à negociação. Tal constatação pode ser discutida em termos das implicações frente à formação pré-vestibular e pré-universitária requerida, além do perfil de candidato vislumbrado distintamente pelos dois sistemas de ingresso no ensino superior