A construção da argumentação em textos dissertativo-argumentativos no vestibular da UEPG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Kadamos, Leni Aparecida lattes
Orientador(a): Saleh, Pascoalina Bailon de Oliveira lattes
Banca de defesa: Carmo, Marcia Cristina do lattes, Baumgärtner, Carmen Teresinha lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós - Graduação em Estudos de Linguagem
Departamento: Departamento de Estudos da Linguagem
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3902
Resumo: Esta dissertação se volta para a redação no vestibular e engloba uma análise dialógica, predominantemente qualitativa, de um corpus de 60 redações com nota acima da média, do gênero texto dissertativo-argumentativo, dos vestibulares de inverno e de verão de 2019, da Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG, cujos temas foram, respectivamente: “Qual é a pior consequência do racismo estrutural no Brasil contemporâneo?” e “Além da merenda, que outra ação nosso país pode executar para garantir o direito constitucional à alimentação?”. A pergunta que orienta o estudo é: como os candidatos do vestibular da UEPG constroem a argumentação ao elaborarem seus enunciados? O arcabouço teórico-metodológico apoia-se, principalmente, em Antunes (2005, 2016, 2017); Bakhtin (1993, 1997, 2010, 2016, 2019); Bakhtin/Volochínov (1981); Bernardo (2000); Castro (2014); Koch (1993, 2002, 2003); Marcuschi (2005, 2008); Possenti (1993, 2002); Rodrigues (2001); Rojo (2009, 2015) e outros. A partir desses autores, fica explícito que a linguagem é dinâmica, pois circunda todas as atividades humanas, conforme a esfera de circulação do indivíduo, com diferentes vozes que transparecem em forma de enunciados, com seus valores ideológicos. Assim, entende-se que o texto está em permanente processo de construção e requer uma atitude responsiva ativa, a fim de validar o ato comunicativo. Diante disso, este estudo se propõe a analisar as vozes socioculturais mobilizadas nas redações, com base nas respostas dadas às perguntas-tema, na tese, na contextualização utilizada para ilustrar a temática e nos argumentos para sustentar a tese. Nesse sentido, a observação dos textos do corpus permitiu constatar que os autores/escreventes estabeleceram um diálogo com outros enunciados, em um encontro de vozes socioculturais, no qual resgataram seus valores ideológicos, suas histórias, seus conhecimentos, que passam pela linguagem e se revelam em enunciados. Isso ficou perceptível pelo diálogo com os textos-base, com os comandos das provas de redação e com os enunciados, advindos de variados campos de atividade, que evidenciam a observação dos candidatos acerca dos objetos de discussão. Além disso, a subjetividade do autor ficou marcada pelo seu repertório de leitura, a partir de obras lidas, algumas disponibilizadas no conteúdo programático da universidade. Essas vozes foram incorporadas aos enunciados e transpareceram, de maneira recorrente ou singular, nas redações, juntamente com os saberes formais, advindos de disciplinas específicas, que fazem parte do currículo escolar, como Filosofia, Sociologia, História, entre outras, a partir das memórias discursivas dos candidatos. Dessa forma, o vestibular aparece como oportunidade de verificar o êxito da aprendizagem no processo de formação dos alunos, que trazem à tona seus saberes formais, oriundos do espaço escolar, bem como os informais, a partir das suas observações do mundo.