Avaliação da adição de antimicrobianos em reembasador resiliente temporário no tratamento da estomatite protética: um estudo clínico randomizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Procópio, Andréa Lemos Falcão
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/25/25146/tde-20112019-183442/
Resumo: Os objetivos deste estudo clínico randomizado foram: 1) avaliar a eficácia a longo prazo de um material resiliente temporário para reembasamento de próteses removíveis (Trusoft) modificado pela adição de concentrações inibitórias mínimas (CIMs) de agentes antimicrobianos para biofilme de Candida albicans no tratamento da estomatite protética (EP); 2) comparar a efetividade desse método de liberação gradual de fármacos com a terapia antifúngica tópica convencional. Quarenta pacientes portadores de EP e usuários de pelo menos uma prótese total superior (PTS) foram aleatoriamente distribuídos de acordo com um dos tratamentos instituídos por 14 dias (n=10): Controle Positivo-CP: nistatina suspensão oral (100.000 IU/mL; 4x/dia); Controle Geral-CG: reembasamento da PTS com Trusoft; Grupo NIS: reembasamento da PTS com Trusoft contendo a CIM de nistatina e Grupo CLX: reembasamento da PTS com Trusoft modificado pela CIM de diacetato de clorexidina. A efetividade dos tratamentos propostos foi avaliada por exames citológicos por esfregaço e culturas micológicas quantitativas obtidos da superfície interna da PTS e mucosa palatina de suporte de todos os pacientes antes (T0) e ao final do tratamento (T14) e 15 (R15), 30 (R30) e 60 (R60) dias decorridos de sua suspensão (acompanhamento). Para a documentação da resposta clínica, foram obtidas fotografias padronizadas da mucosa palatina dos pacientes em cada consulta. Os dados microbiológicos e clínicos foram analisados por uma série de testes estatísticos (=0,05). Os esfregaços dos palatos nos Grupos NIS e CLX não evidenciaram Candida micelial (0%) ao final de 14 dias de tratamento e, no último dia acompanhamento (R60), apenas 1 paciente do Grupo CLX apresentou sua presença, sendo esses resultados superiores aos do Grupo CP (P<0,05). Houve significativa redução dos escores de formas miceliais nos esfregaços das próteses para todos os grupos de estudo ao término do tratamento (T14) (P<0,05), mas essa diferença foi mantida a longo prazo (R15, R30 e R60) apenas para os grupos nos quais as PTS foram reembasadas (CG, NIS e CLX) (P<0,05). Em relação à consulta inicial (T0), apenas as culturas micológicas dos palatos do Grupo NIS e das PTS dos Grupos NIS e CLX evidenciaram redução significativa dos valores de UFC/mL após os 14 dias de tratamento, e esses resultados foram mantidos por até 60 dias após sua suspensão (R60) (P<0,05). Os pacientes dos grupos controles (CP e CG) não apresentaram melhora clínica na severidade da EP ao término do tratamento (T14) (P>0,05), o que foi evidenciado de forma significativa apenas para os Grupos NIS e CLX, sendo os escores obtidos mantidos estatisticamente em todos os períodos de acompanhamento (P<0,05). Dentro das limitações deste estudo in vivo, foi possível concluir que a adição de nistatina e clorexidina em suas CIMs a um reembasador resiliente temporário se mostrou um método terapêutico efetivo a longo prazo para a EP por reduzir significativamente as formas patogênicas e células viáveis de Candida spp. nos palatos e nas próteses, proporcionando simultaneamente melhora clínica significante da severidade da inflamação em até 60 dias após a suspensão do tratamento. Considerando os resultados microbiológicos e clínicos a curto e longo prazo obtidos, o método de tratamento alternativo proposto com ambos os fármacos incorporados na matriz polimérica se mostrou superior à terapia antifúngica tópica convencional com nistatina em suspensão.