Influência de gênero no desenvolvimento somático e sensório motor de ratos wistar submetidos à anóxia neonatal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Kumar, Amrita Jha
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47135/tde-26042017-122730/
Resumo: Na atualidade, uma das causas importantes de lesão encefálica em neonatos é a anóxia neonatal. Este é um problema grave nos serviços de perinatologia dos hospitais em todo o mundo sendo ainda pior em países subdesenvolvidos, devido à carência de precauções e cuidados requeridos. Modelos animais de anóxia vêm sendo empregados para avaliar seus efeitos, tanto em nível neurológico, como em nível comportamental. A anóxia neonatal tem sido estudada pelo laboratório de Neurociências do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo, com modelos de estudo já desenvolvidos, adaptados e validados. Para investigar se a anóxia neonatal afeta o desenvolvimento motor somático e sensorial, ratos foram submetidos a um modelo não invasivo de anóxia global (Takada et. al., 2011). Ratos Wistar com 30 h de idade (6-8 gramas), machos e fêmeas, foram expostos por 25 minutos a gás nitrogênio 100% num fluxo de 3L/min, pressão 101.7 kPa e temperatura de 37ºC em câmara semi-hermética de policarbonato. O grupo controle foi submetido às mesmas condições porem com o ar ambiente normal. Os animais foram avaliados durante o período de aleitamento (P2 a P21) quanto a parâmetros do desenvolvimento somático; desenvolvimento ontogenético e quanto a reflexos sensório motores. Os resultados indicaram que o grupo Anoxia macho(AM) apresentou aumento no peso corporal {AM(42.25±3.62);CM(38.76±5.60);AF(40.64±5.08);CF(41.33±5.45)}e diminuição do eixo longitudinal do corpo {AM(10.15±0.27);CM(10.39±0.50);AF(9.82±0.44);CF(10.82±0.46)} em relação ao grupo Controle macho(CM) e Anoxia fêmea(AF), AF foi menor em relacao ao Controle fêmea (CF). AM apresentou maior eixo látero-lateral do crânio em relação CM e AF {AM (3.18 ±0.10); CM (3.17 ±0.13); AF(3.06 ±0.16); CF(3.00 ±0.15)} No desenvolvimento ontogenético houve retardo na abertura do canal auditivo {AM (13.79± 0.58); CM (13.75±0.83); AF(14.21±1.01); CF(13.36±0.50)} e abertura dos olhos {AM (14.00± 0.88); CM (14.64±1.28); AF(15.14±0.86); CF(13.79±0.42)} no grupo AF em relação a CF e AM, mas no grupo AM não houve diferença significante. Na erupção dos incisivos superiores {AM (10.79± 0.43); CM(11.71±1.68); AF(11.43±0.65); CF(10.07±0.27)} o grupo AM adiantou enquanto o AF atrasou em relação ao grupo controle. A avaliação dos reflexos sensóriais mostrou que a anoxia adiantou a colocação pelas vibrissas {AM (8.80± 1.21); CM (9.50±1.56); AF (9.93±1.14); CF(10.14±1.28) no AF e AM. Apenas o AM adiantou {AM (10.93± 2.09); CM(13.43±0.94); AF(10.50±0.85); CF(9.57±0.76)} no reflexo de aversão ao precipício. Nos relfexos de geotaxia negativa {AM (14.87± 1.30); CM (13.57±2.34); AF(14.57±1.40);CF (12.00±2.11)} e sobressalto ao susto {AM (14.00±0.53); CM (13.21±1.31); AF (13.29±0.61); CF (11.93±0.27)} e preensão palmar {AM (6.60±0.83); CM (4.71±0.47); AF(10.14±0.83); CF(4.71±0.47)} a anóxia provocou atraso tanto em macho quanto em fêmeas motores. Houve atraso na ontogênese da maioria dos testes de reflexos dos filhotes do grupo Anóxia. Os resultados deste estudo demonstraram que a anóxia causa danos persistentes na maioria dos parâmetros avaliados em relação aos grupos controle, e diminuição no número de neurônios do córtex sensóriomotor {M2: AM (46.84±1.72); CM (52±1.66); AF (45.55±1.80); CF (52±1.55)M1: AM (23.70±1.33); CM (41.89±1.49); AF (25.69±0.83); CF (43.88±1.46) S1HL: AM (27.93±2.69); CM (30.19±1.31); AF(23.42±2.38); CF (38.88±1.48) S1FL: AM (31.85±1.09); CM (33.88±0.48); AF(27.66±1.36); CF(32.28±1.70)}, com diferença de gênero o que evidencia a importância de que estratégias e procedimentos para minimizar os efeitos desse estímulos sejam consideradas em relação ao gênero