Hipotermia previne alterações comportamentais decorrentes da anóxia neonatal, em ratos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Matsuda, Victor Daniel Vasquez
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47135/tde-24072017-163906/
Resumo: Uma das causas mais importantes de lesão encefálica em neonatos na atualidade é a anóxia neonatal. Este é um dos problemas mais graves e comuns nos serviços de perinatologia dos hospitais no mundo, sendo ainda pior em países subdesenvolvidos, devido à carência de precauções e cuidados requeridos. Há relativamente pouco tempo estudos têm indicado que a hipotermia promove um importante efeito neuroprotetor, podendo ser usada como tratamento alternativo promissor para danos causados pela anóxia neonatal. Porém, embora diversas pesquisas mostrem a ação neuroprotetora da hipotermia, não existem evidencias consistentes do seu papel preventivo em relação as alterações comportamentais decorrentes da anóxia neonatal. O objetivo deste trabalho foi avaliar se a hipotermia previne alterações comportamentais decorrentes da anóxia neonatal, incluindo funções de memória espacial, condicionamento aversivo e ansiedade. Foram incluídos no estudo 91 ratos Wistar machos organizados em 4 grupos: anóxia com hipotermia (AH), anóxia sem hipotermia (AC), controle (para anóxia) com hipotermia (CH) e controle sem hipotermia (CC). O protocolo de anóxia neonatal foi iniciado 24 horas após o nascimento dos ratos, usando uma câmara semi-hermética saturada com nitrogênio gasoso. A temperatura da câmera foi mantida a 37°C e o tempo de exposição à anóxia foi de 25 minutos. Animais controle para anóxia foram expostos à mesma câmera, exceto pelo nitrogênio que foi substituído por ar. O tratamento com hipotermia foi iniciado imediatamente após da anóxia em uma câmara a 30°C, onde os animais permaneceram durante 5 horas. O tratamento controle para hipotermia envolveu o mesmo protocolo, exceto pela temperatura da câmera que foi mantida a 37°C. No final do período, os neonatos foram colocados em uma câmara aquecida a 37°C por 40 minutos até se recuperarem. Quando os animais atingiram 70 dias de idade foram submetidos ao paradigma teste-reteste no labirinto em cruz elevado, para avaliar níveis de ansiedade, atividade locomotora e memória aversiva. Subsequentemente, quando os animais fizeram 75 dias, iniciou-se o teste de memória espacial no Labirinto Aquático de Morris. Finalmente, quando os animais atingiram 115 dias de idade, realizou-se o teste de condicionamento de medo ao som e ao contexto. A anóxia neonatal e a hipotermia não interferiram nos níveis de ansiedade no Labirinto em cruz elevado. Porém, a hipotermia aumentou a atividade locomotora e comportamentos de avaliação de risco. Os resultados obtidos no Labirinto Aquático de Morris indicam que a hipotermia previne prejuízos na memória espacial induzidos pela anóxia neonatal. Finalmente, a anóxia neonatal reduziu a taxa de extinção de memória aversivas, efeito que foi prevenido pela hipotermia. No conjunto, esses resultados mostram, por um lado, que a hipotermia previne alterações da memória espacial e de medo condicionado. Por outro lado, eles mostram que a hipotermia induz aumento da atividade locomotora e de comportamentos de avaliação de risco em ratos