Os museus modernos de São Paulo e a Guerra Fria Cultural: 1947 - 1951

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Silva, Matheus Henrique Gonçalves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-26062025-171621/
Resumo: O Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP) e o Museu de Arte de São Paulo (MASP) foram dois museus privados brasileiros fundados em São Paulo no final da década de 1940. Concomitante ao processo de fundação destas instituições, São Paulo se modernizava e a burguesia paulista construía uma imagem que associava as transformações que ocorriam na cidade às ideias de progresso e de avanços civilizatórios. Atores estadunidenses tiveram impacto significativo sobre o processo de fundação destas instituições e em sua estrutura estatutária, e os museus modernos paulistas sediaram eventos e participaram de debates intelectuais e artísticos que estiveram inseridos no conflito internacional da Guerra Fria. Esta dissertação buscou avaliar o impacto da política externa estadunidense para a fundação dos museus modernos paulistas MASP e MAM-SP; e refletir sobre a participação destes museus na Guerra Fria Cultural, analisando os seus primeiros anos de funcionamento até a 1ª Bienal do MAM-SP, no ano de 1951. A análise das fontes históricas indicou que o Office of the coordinator of Inter American Affairs (OCIAA) foi uma agência estatal estadunidense importante para o aprofundamento das relações internacionais nos campos cultural e artístico entre Brasil e Estados Unidos. Os projetos desenvolvidos por sua Seção de Arte contribuíram para a construção da imagem do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA) como instituição modelo para os brasileiros envolvidos na fundação do MASP e do MAM-SP. A influência do MoMA se fez presente nos estatutos das instituições; e as tratativas iniciais que os museus tiveram com instituições estadunidenses foram consideradas indicativas do grau de influência que os EUA exerciam sobre artistas e intelectuais brasileiros entre meados da década de 1940 e início da década de 1950. As instituições paulistas atuaram em seus primeiros anos de funcionamento de forma a legitimar discursos vindos dos EUA sobre arte moderna. Nesse sentido, trabalharam para legitimar vertentes da arte abstrata no Brasil, em um momento histórico no qual essa produção era associada às ideias anticomunistas e aos conceitos de liberdade e democracia