Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Mellagi, André Gonçalves |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-07102016-172804/
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Resumo: |
O presente estudo propôs investigar os modos de enfrentamento dos guardiães da paz (peacekeepers), militares do Exército Brasileiro que participaram do contingente 15 (entre 2011 e 2012) e do contingente 19 (entre 2013 e 2014), sendo que neste último o pesquisador participou na função de psicólogo do batalhão brasileiro. Desde 2004, o Brasil tem enviado tropas e liderado o componente militar supranacional da MINUSTAH, a missão da ONU para estabilização do Haiti. Nos seis meses que cada contingente é mobilizado para a missão de paz, os militares enfrentam diversos desafios: o risco das operações, a distância da família, o confinamento e outros estressores inerentes a este tipo de missão. O estudo concentrou-se na análise do enfrentamento e na construção do sentido. Em particular, investigou de maneira mais aprofundada o modo de enfrentamento religioso. Para a análise quantitativa, utilizou um formulário geral para coleta de dados do perfil e da vida religiosa de cada participante nos dois contingentes; aplicou uma Escala de Modos de Enfrentamento de Problemas (EMEP) e outra escala de coping religioso/espiritual na versão breve (CRE-Breve). Na parte qualitativa, coletou o relato de oito capelães militares que participaram da missão de paz no Haiti em diferentes contingentes, cujos depoimentos puderam descrever as relações da religião institucionalizada praticada nas bases militares com o enfrentamento religioso e estressores da missão. As análises dos dados, juntamente com o depoimento dos capelães e a experiência do pesquisador na missão in loco, revelaram que os modos de enfrentamento são em geral mais focados no problema. As estratégias de coping religioso apresentaram similaridade entre os contingentes tomados separadamente, mas variavam conforme grupos categorizados em cada contingente, a saber, entre oficiais e praças e entre grupos de católicos e evangélicos pentecostais. A análise mostrou maior uso de coping religioso positivo em geral em todas as amostras, maior uso significativo de coping religioso negativo entre praças e evangélicos em comparação com oficiais e católicos, além de maior uso de determinados fatores de coping religioso, tanto positivos quanto negativos, em evangélicos. Os relatos dos capelães militares, juntamente com os dados analisados, salientaram a característica situacional do enfrentamento enquanto processo, contextualizado no momento da missão, nos grupos específicos e nos estressores que os peacekeepers se deparam ao longo da missão. A revisão da literatura sobre estressores, enfrentamento e coping religioso em ambientes de combate e missões de paz, indica que as situações de crise suscitam percepções de incerteza e desamparo, e o papel da religião pode tanto amenizar a instabilidade e beneficiar o indivíduo na criação de sentido e resiliência, quanto prejudicar ao se tornar mais um evento gerador de estresse. Considerar a miríade de formas que a religião desempenha no processo de enfrentamento, capacitará aos profissionais de saúde e aos capelães militares uma melhor compreensão sobre os sentidos resilientes ou vulneráveis que os militares levam à missão |