Efeitos de longo prazo da cirurgia ortognática sobre a função mastigatória em indivíduos com fissura labiopalatina: um estudo prospectivo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Bueno, Patricia Martins
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/61/61132/tde-23012025-124947/
Resumo: Introdução: A cirurgia ortognática (CO) em pacientes com fissura labiopalatina (FLP) tem por objetivo restaurar a oclusão, a função mastigatória e a estética. Estudo anterior (Bueno et al., 2021) avaliou a força de mordida nessa população no pré- e pós-operatório de 6 meses e concluiu que a FLP impacta negativamente o sistema estomatognático, reduzindo a força de mordida, sendo que valores não foram compatíveis com grupo controle mesmo após a cirurgia ortognática. No entanto, uma pergunta permanece: o que acontece com a função mastigatória no longo prazo? Objetivo: Artigo 1: Avaliar prospectivamente os efeitos a longo prazo da CO na função mastigatória em indivíduos com FLP reparada e comparar os resultados com um grupo controle. Artigo 2: Apresentar relato de caso de CO em paciente com FLP e avaliar a força de mordida ao longo de 4 anos de acompanhamento, com ampla documentação clínica e radiográfica. Material e Métodos: Um total de 40 indivíduos foram analisados prospectivamente antes (PRÉ-CO) e aproximadamente 12 meses após a cirurgia ortognática (PÓS-CO). Os participantes foram divididos em dois grupos: 1) Grupo Fissura Labiopalatina (FLP): 20 adultos com FLP submetidos à CO (14 , 6 , 24 ± 3 anos) e 2) Grupo Controle (CON): 20 adultos pareados com padrão esquelético de Classe I de Angle que nunca haviam sido submetidos a CO (14 , 6 , 25 ± 5 anos). Três variáveis foram avaliadas: 1) Força de Mordida (FM) (Newtons N), apresentada como a média da força de mordida dos molares direito e esquerdo (xMD+ME), utilizando um gnatodinamômetro (IDDK Kratos), 2) Eficiência Mastigatória (EM) (variando de 0 a 1, com valores mais próximos de 1 indicando pior eficiência), avaliada por meio de um teste de mistura de goma de mascar de duas cores analisado visualmente e optoeletronicamente (ViewGum©) e 3) Capacidade Mastigatória (CM): percepção do paciente sobre a capacidade de mastigar, classificada em uma escala de dois pontos (P/R = pobre a razoável, B/O = boa a ótima). Resultados: Na fase PRÉ-CO, a FM para o grupo FLP (xMD+ME = 285 ± 141) foi significativamente menor em comparação com o grupo CON (xMD+ME = 524 ± 202). Na fase PÓS-CO (1 ano), o grupo FLP (xMD+ME = 373 ± 129) mostrou melhorias significativas na FM em relação à fase PRÉ-CO, com valores semelhantes aos do grupo CON. A EM melhorou significativamente na fase PÓS-CO (0.222 ± 0.071) em comparação com a fase PRÉ-CO (0.470 ± 0.126) no grupo FLP, porém, apesar de próximos, os valores no PÓS-CO não foram estatisticamente similares aos do grupo CON (0.148 ± 0.050). Além disso, 45% dos participantes do grupo FLP relataram CM P/R antes da cirurgia, enquanto nenhum relato similar foi constatado após a cirurgia, uma melhora estatisticamente significativa. Os resultados de CM na fase PÓS-CO para os participantes com FLP foram comparáveis aos do grupo CON, com 100% relatando CM B/O após a cirurgia. Conclusões: De forma geral, o grupo com FLP demonstrou função mastigatória comprometida na fase pré-operatória em comparação com o grupo CON em todas as variáveis analisadas. A CO melhora a função mastigatória em pacientes com FLP, com parâmetros pós-operatórios de 1 ano comparáveis aos do grupo CON.