Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Ribeiro, Samuel Dias |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8161/tde-26042024-115554/
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Resumo: |
Entre 2020 e 2023, acompanhamos 11 eventos acadêmicos virtuais realizados por universidades públicas brasileiras e 1 evento da categoria profissional de Assistentes Social e colhemos dados sobre a racialidade e o gênero das e dos docentes e profissionais participantes, objetivando observar as interações acadêmicas materializadas nos eventos e analisá-las em termos étnico-raciais, tendo como paradigmas os conceitos de dispositivo de racialidade (Carneiro, 2005), e branquitude acadêmica (Cardoso, 2020). A pesquisa faz um registro histórico-imagético de como as universidades brasileiras alimentam e consolidam o imaginário coletivo do branco inteligente. O trabalho capta o dispositivo de racialidade funcionando para cristalizar a ideia comum e racista de que pessoas brancas possuem uma inclinação quase inata para o sucesso intelectual. A branquitude seria o \"cérebro da humanidade\". O que corresponde dizer que as universidades brasileiras congregam muitos dos benefícios usufruídos pela branquitude através de práticas institucionais, oficiais ou não, que criam, consolidam, ampliam e propagam privilégios socioculturais simbólicos, concretos e econômicos, fermentados pela pertença à racialidade branca. Trata-se de analisar como a identidade branca foi criada e consolidada através de ferramentas/dispositivos para sua preservação no decorrer da história da educação brasileira, isto é, como a visibilidade constrói uma sólida ideia da branquitude como autoridade epistemológica. A pesquisa nos permitiu chegar a algumas conclusões. As universidades públicas brasileiras exercem o \"controle dos rostos\" (Sodré, 2015), para que pessoas brancas sejam os/as representantes sociais da intelectualidade científica nas instituições, servindo como instrumento de manutenção dos benefícios socioculturais, políticos e econômicos para a branquitude. Encontramos uma representação social da intelectualidade exclusivamente branca e a sua hiper representação como pilar sustentando-a como símbolo de autoridade e poder, pois dos 12 eventos a média de pessoas brancas foi de 69%. Foi possível verificar que a representatividade de gênero, por sua vez, avançou no interior das universidades brasileiras, mas ainda persiste o preterimento das mulheres negras nos lugares de representação de poder. Evidenciou-se as características da branquitude acadêmica, o modo de organização e seu comportamento quando essas bases são levemente abaladas, a exemplo do estabelecimento de cotas sociorraciais. Concluiu-se que não houve alteração significativa nas universidades públicas em termos de diversidade étnico-racial de seus docentes e não se vislumbrou movimentos internos com vistas a alterar este quadro |