Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Freitas, Carolina Alvim de Oliveira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16139/tde-04012019-115910/
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Resumo: |
Esta pesquisa pretende compreender os cruzamentos entre as transformações do espaço da periferia e as transformações dos papeis sociais das mulheres. Para tanto, dedica-se a investigar o caso do Conjunto Habitacional José Bonifácio (conhecida como Cohab II) em Itaquera, zona leste de São Paulo. A história do planejamento urbano do século XX e dos planos público-privados do século XXI parecem compor um movimento de continuidades e descontinuidades que não permite interpretar a produção do espaço com os mesmos olhos do pensamento urbano clássico brasileiro sobre a periferia. Se o espaço periférico da metrópole se revela hoje como fronteira para a expansão do capital, o mesmo pode ser inferido em relação às mulheres trabalhadoras, já que as tradicionais representações femininas parecem estar sendo direcionadas para novos papeis. Empreender através do espaço urbano e do corpo feminino, portanto, aparece hoje como via dupla de acumulação de capital. A teoria feminista considerou a cisão entre o espaço público e o espaço privado como base da divisão sexual do trabalho que consolidou o modo de produção capitalista e a sociedade industrial. Na transição para a sociedade urbana, nota-se que há um deslocamento dessa divisão persistente, sendo embaralhadas as funções e formas das esferas pública e privada pelos processos de fragmentação, homogeneização e hierarquização do espaço. Isso significa que não é apenas o processo de reestruturação da produção e do mundo do trabalho, oriunda da racionalidade neoliberal, que responde pelas mudanças nas relações entre sexos, mas também a produção e a reprodução do espaço assumem a indução dessas relações. Nesse sentido, intenta-se perceber o nó existente entre processos de exploração (do trabalho), opressão (de sexo e raça) e espoliação (urbana, imobiliária e financeira) cuja unidade é tecida pela totalidade. E é visando essa totalidade que o método de pesquisa de campo no Conjunto José Bonifácio é aplicado, buscando compreender as práticas concretas socioespaciais das moradoras da Cohab em seu cotidiano. As escalas do apartamento, do condomínio e do Conjunto são referenciadas para desenvolver as conclusões sobre a concepção, a vivência e a percepção do espaço por essas mulheres. |