Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Araújo, Alvaro Cabral |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47135/tde-08022022-145806/
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Resumo: |
O Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) acomete uma parcela dos indivíduos que são expostos, de maneira direta ou indireta, a um episódio concreto ou ameaça de morte, lesão grave ou violência sexual. O quadro é frequentemente acompanhado por comorbidades psiquiátricas, havendo casos graves e resistentes ao tratamento que requerem novas estratégias terapêuticas. A psicopatologia do TEPT é caracterizada pela exacerbação da resposta a estímulos aversivos, especialmente condicionados ao trauma, e essa desregulação pode ser explicada por aprendizagem e memória disfuncionais. As memórias traumáticas estão fortemente presentes, às vezes anos após o trauma, e a manutenção dessa memória geralmente está relacionada a respostas comportamentais e fisiológicas que implicam em sofrimento clinicamente significativo e prejuízos em áreas importantes da vida do indivíduo. É sabido que a eletroconvulsoterapia (ECT) é capaz de intervir sobre a consolidação e reconsolidação de memórias, além de ser uma ferramenta segura e eficaz para o tratamento de diversos transtornos psiquiátricos. O presente estudo buscou investigar se a aplicação de ECT após a rememoração de um evento traumático (dentro da janela de reconsolidação da memória) poderia reduzir a reatividade fisiológica à memória traumática e, secundariamente, reduzir a sintomatologia clínica e as respostas subjetivas relacionadas ao trauma, promovendo melhora do quadro. Para tanto, pacientes com TEPT tratados com ECT foram submetidos à evocação de suas memórias traumáticas (n = 8) ou memórias neutras (n = 6) imediatamente antes de cada uma das aplicações de ECT. Os participantes foram submetidos a quatro avaliações: a primeira antes do tratamento e as seguintes 1 semana, 3 meses e 6 meses após o tratamento. As avaliações incluíram um procedimento de imaginação guiada por script durante o qual os pacientes tiveram suas respostas de condutância da pele (SCR) mensuradas e, em seguida, suas respostas subjetivas coletadas por meio de Escalas Visuais Analógicas (VAS). Também foram aplicadas escalas para verificar sintomas de humor (Escala de Depressão de Hamilton HAMD), ansiedade (Inventário de Ansiedade Traço-Estado, versão traço STAIt) e trauma (Escala Davidson de Trauma DTS). Não foram observados efeitos do grupo de tratamento, tempo ou interação grupo-tempo na SCR (p 0,191). Foram observados efeitos do tempo na HAMD (p = 0,011) e na STAIt (p = 0,038), mas não do grupo de tratamento ou interação grupo-tempo (p 0,655). Não foram observados efeitos do grupo de tratamento, tempo ou interação grupotempo na DTS e na VAS (p 0,141). Por fim, observou-se a redução das médias dos escores entre as avaliações pré e pós-ECT de todas as medidas subjetivas (p 0,017), mas não da reatividade fisiológica (SCR, p = 0,241), independente do grupo de tratamento. Em síntese o estudo não foi capaz de demonstrar efeito significativo da rememoração traumática pré-ECT, mas foi observada redução estatisticamente significativa nos escores da HAMD, STAIt, DTS e VAS após o tratamento, independente do grupo de rememoração, sugerindo que a ECT pode ser uma ferramenta terapêutica útil no TEPT |