Exposição prolongada pós-evocação de memória no paciente traumatizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Vermes, Joana Singer
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47135/tde-18022020-155143/
Resumo: Dados de laboratórios sugerem que procedimentos de extinção de respostas ligadas a memórias aversivas têm seus efeitos aumentados quando são realizados dentro da janela de reconsolidação. Isso porque a evocação de uma memória a torna temporariamente lábil e passível de modificação enquanto ocorre sua reconsolidação (10 minutos a 6 horas após sua evocação). Considerando que a extinção é o principal elemento da terapia de Exposição Prolongada (EP) para Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), testamos se a evocação da memória traumática e a posterior aplicação da EP no período de reconsolidação produziria maior queda na reatividade a essas memórias do que a EP padrão. Pacientes com TEPT foram submetidos à evocação de suas memórias traumáticas (n = 21) ou memórias neutras (n = 21) uma hora antes da sessão de EP, por dois dias consecutivos. Um dia antes e um dia depois, os participantes foram expostos a um procedimento de imaginação guiada por script durante o qual os pacientes tiveram suas respostas de condutância da pele mensuradas e, em seguida, suas respostas subjetivas coletadas por meio de uma Escala Visual Analógica. Em relação à medida fisiológica, o modelo estatístico de Regressão Linear Múltipla explicou 35,3% da variância observada [R2 ajustado = 0,32; F(2,39) =10,66; p < 0,001] e revelou que a evocação da memória traumática uma hora antes da sessão de EP trouxe maiores efeitos sobre as respostas de condutância da pele (p = 0,024). Por outro lado, em relação à medida subjetiva, o mesmo modelo explicou apenas 10,5% da variância observada nos resultados [R2 ajustado = 0,05; F (2,39) = 2,29; p = 0,115], sendo que a evocação de memória traumática não trouxe evidências de efeito significativo sobre as memórias traumáticas (p = 0,229). Nossos resultados indicam que a estratégia estudada tem o potencial de melhorar os efeitos do tratamento comportamental para transtornos relacionados ao trauma e que, portanto, merece mais estudos que permitam o estabelecimento dos parâmetros ideais de aplicação