O ambiente e as interações na sala de leitura em escolas públicas de São Paulo: histórico, limitações e perspectivas para a constituição de leitores neste início de século XXI

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Feitosa, Márcia Soares de Araújo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-05122019-154118/
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo investigar o ambiente formado e as interações empreendidas nas salas de leitura, no âmbito do PROGRAMA SALA DE LEITURA (PSL), implantado pela SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DE SÃO PAULO (SEE-SP), em 2009. Visamos compreender se as diretrizes estabelecidas pela SEE-SP, para a organização e funcionamento das salas de leitura na rede estadual de São Paulo, são definidoras do ambiente e das interações propiciadas pelos professores nesses locais e para a utilização desses espaços, tanto pelos alunos como pela comunidade. A justificativa para esse trabalho repousa na constatação de que, com o advento das novas tecnologias da informação, vivemos em um contexto de significativas mudanças nos modos de produção, circulação e uso dos textos e uma demanda social e educacional por leitores e escritores mais críticos, que saibam navegar no ciberespaço. Nesse contexto, além da sala de aula, a biblioteca escolar / a sala de leitura e o laboratório de informática são espaços que assumem uma importância ímpar, pois trazem em si o potencial para re (inventar), re (criar) os cenários de aprendizagem, locais privilegiados para o desenvolvimento de práticas de leitura e escrita diferenciadas. Como fundamentação teórica, discutimos os princípios educativos do PSL: os multiletramentos, a aprendizagem colaborativa e o protagonismo juvenil (ROJO, 2012; VYGOTSKY, 1987; TORRES E IRALA, 2014; COSTA, 2002), refletimos sobre a prática leitora na sociedade pós-moderna e a organização de atividades de oralidade, leitura e escrita em diferentes gêneros e em diversas mídias (SEMEGHINISIQUEIRA, 2015; ROJO, 2014; LERNER, 2002; BRÄKLING, 2003) e apresentamos uma reflexão sobre a história da biblioteca e a revisão bibliográfica inerente à biblioteca escolar / sala de leitura. A pesquisa de cunho etnográfico foi realizada em uma sala de leitura de uma escola do ensino fundamental e médio da rede estadual de São Paulo, na qual investigaram-se a organização e o funcionamento da SL e como eram desenvolvidas as propostas pedagógicas adotadas pela SEE-SP. Os resultados obtidos indicam que as diretrizes estabelecidas para o PSL exercem influência significativa na constituição da práxis pedagógica e no trabalho cotidiano da docente responsável pela SL, que, em vista de seu comprometimento pessoal, político e ético, busca formas de superação, situando suas práticas entre liberdades cerceadas e limitações transgredidas, possibilitando a constituição de sujeitos leitores.