A influência da mastectomia unilateral na função do sistema estomatognático e na postura corporal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Esposto, Danilo Stefani
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17152/tde-06042018-143544/
Resumo: O câncer de mama é a neoplasia que mais acomete mulheres no mundo e o mais comum na população feminina brasileira. A mastectomia é um dos procedimentos realizados para o tratamento e pode ocasionar várias alterações físicas e funcionais como linfedema, limitação de amplitude de movimento, neuropraxia, desequilíbrios musculares e alteração postural. O sistema estomatognático é um complexo sistema que pode ser influenciado na sua função por déficits posturais. O objetivo deste estudo foi analisar a atividade eletromiográfica em diferentes condições posturais da mandíbula, espessura dos músculos temporal direito (TD) e esquerdo (TE) e masseter direito (MD) e esquerdo (ME), bem como a força de mordida molar máxima, a eficiência mastigatória e a postura corporal de mulheres submetidas à mastectomia unilateral. Participaram 32 mulheres que foram distribuídas em dois grupos: GM, grupo mastectomia unilateral (n=16), idade média de 56,50±14,50 anos e GC, grupo controle sem a doença (n=16), idade média de 56,56±14,15anos. Os grupos foram pareados sujeito a sujeito por idade e índice de massa corporal. O eletromiógrafo Trigno (Delsys Inc., Boston, MA, USA), com eletrodos de superficies wireless, foi utilizado para avaliar a atividade mioelétrica em repouso, lateralidade direita e esquerda, protrusão, apertamento dental em contração voluntária máxima com e sem Parafilme M®. A função mastigatória foi avaliada pela eficiência dos ciclos mastigatórios por meio da integral da envoltória linear do sinal eletromiográfico na mastigação habitual e não habitual. A espessura muscular foi mensurada pela imagem obtida do ultrassom Sono Site Titan em repouso e apertamento dental em contração voluntária máxima. Foi utilizado o dinamômetro digital Kratos na análise da força de mordida molar máxima. A postura estática foi mensurada por meio da fotogrametria. Os dados eletromiográficos normalizados, espessura muscular, força de mordida molar máxima e fotogrametria foram tabulados e submetidos à análise estatística (SPSS 21.0; teste t de student, p <= 0,05). Foi encontrada diferença estatística significante entre o GM e GC na lateralidade direita, para o MD (p = 0,02); lateralidade esquerda, para o TE (p = 0,01); mastigação com amendoim, para o MD (p = 0,04); mastigação com uva-passa, para o ME (p = 0,04); força de mordida molar direita (p = 0,03); ângulos do quadrante superior: triângulo de Talles do lado operado (p = 0,03) e ângulo esternoclavicular (p = 0,00) e ângulos do quadrante inferior: inclinação do pé do lado operado (p = 0,00) e não operado (p = 0,03) e ângulo tibiotársico do lado operado (p = 0,03). Não houve diferença estatística significante entre os GM e GC para espessura muscular e na comparação do lado operado e não operado (em todas as variáveis). Baseado nos resultados obtidos, concluiu-se que o sistema estomatognático e a postura corporal de mulheres submetidas à mastectomia unilateral apresentaram alterações funcionais, com destaque para hiperatividade muscular, redução na eficiência mastigatória, menor força de mordida molar e postura corporal inadequada, quando comparadas com mulheres sem a doença.