Impacto do bruxismo do sono na musculatura do sistema estomatognático: avaliação eletromiográfica, força de mordida, função mastigatória, ultrassonográfica e qualidade de vida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Palinkas, Marcelo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/58/58133/tde-19032015-094621/
Resumo: O bruxismo do sono é uma atividade oromotora grave que influencia a qualidade de vida, predispõe ao desequilíbrio fisiopatológico do sistema estomatognático e é caracterizado principalmente pelo ranger e apertar dos dentes, desgaste de superfície dental e cansaço muscular. Este estudo analisou os músculos masseter e temporal, de ambos os lados, por meio da eletromiografia de superfície, função mastigatória e ultrassonografia de indivíduos com bruxismo do sono, diagnosticados pelo exame polissonográfico e classificados quanto ao grau de severidade pelo BiteStrip®. A força de mordida molar máxima e a qualidade de vida também foram avaliadas. Noventa indivíduos, com idade entre 18 e 45 anos, foram distribuídos em dois Grupos: Bruxismo do Sono (idade média de 30,58 ± 6,78 anos; n = 45) e Controle (idade média de 29,44 ± 7,88 anos; n = 45). O Grupo Bruxismo do Sono foi constituído por indivíduos com grau de severidade leve (n = 18), moderado (n = 3) e severo (n = 24). O eletromiógrafo Delsys Trigno TM wireless foi utilizado para avaliar a atividade mioelétrica em diferentes condições: repouso, lateralidade direita, lateralidade esquerda, protrusão, apertamento dental em contração voluntária máxima e apertamento dental com Parafilm M®. A função mastigatória foi avaliada pela eficiência dos ciclos mastigatórios por meio da integral da envoltória linear do sinal eletromiográfico na mastigação habitual e não habitual. A espessura muscular foi mensurada pela imagem obtida do ultrassom SonoSite NanoMaxx nas condições clínicas de repouso e apertamento dental em contração voluntária máxima. Foi utilizado o dinamômetro digital Kratos para análise da força de mordida molar máxima direita e esquerda. A qualidade de vida foi avaliada pelo questionário OHIP-14Br. Os dados eletromiográficos, espessura muscular e força de mordida foram tabulados e submetidos à análise estatística (SPSS 21.0) e foi utilizado o teste t de student para amostras independentes com nível de significância de 5% e intervalo de confiança de 95%. Os dados da qualidade de vida foram analisados por meio do teste U de Mann-Whitney (p ≤ 0,05) para a comparação de cada questão, das subescalas e da somatória de todo o OHIP-14Br. Foi utilizado o teste de correlação linear de Pearson (p ≤ 0,05) para correlacionar a espessura muscular em repouso e em contração voluntária máxima com força de mordida molar direita e esquerda. Foi encontrada diferença estatística significante entre o Grupo Bruxismo do Sono e o Grupo Controle na mastigação habitual com amendoins, para o músculo temporal esquerdo (p = 0,04) e na mastigação habitual com uvas passas, para o músculo masseter direito (p = 0,04). Não houve diferença estatística significante entre os Grupos para análise da espessura muscular e força de mordida máxima. A força de mordida molar (direita e esquerda) mostrou correlação positiva, com a espessura dos músculos mastigatórios em repouso e contração voluntária máxima, com diferença estatística significante (p ≤ 0,05). O impacto da qualidade de vida na cavidade bucal demonstrou diferença estatística significante na questão \"dores na boca\" (p = 0,00), subescala \"dor física\" (p = 0,04) e somatória total do OHIP-14Br (p = 0,05). Portanto, o bruxismo do sono alterou a atividade eletromiográfica, função mastigatória e a qualidade de vida, mas não promoveu mudanças na espessura muscular mastigatória e na força de mordida molar máxima