O labirinto periférico: José Carlos Mariátegui e a sociologia crítica latino-americana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Rubbo, Deni Ireneu Alfaro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-01112018-185021/
Resumo: Esta tese é um estudo sobre a recepção da obra de José Carlos Mariátegui (1894-1930) nas ciências sociais latino-americanas. Trata-se de delinear sociologicamente a difusão e as apropriações das ideias mariateguianas no conjunto da história intelectual das ciências sociais e da história do marxismo neste continente. A primeira parte, dedicada a um estudo de trajetória social e intelectual, investiga as incursões literárias de Mariátegui no jornalismo, sua inserção no debate político peruano, alguns aspectos de sua formação intelectual europeia, o estilo de sua produção, bem como certas perspectivas de análise e tensões políticas decorrentes de seu papel enquanto militante socialista. Na segunda parte, procura-se expor o processo de difusão da obra, especialmente a partir da década de 1960. Parte-se da hipótese de que a confluência entre um notável empreendimento editorial levado a cabo pelos familiares do autor e as circunstâncias sociopolíticas e culturais vivenciadas no Peru e na América Latina facilitaram a construção de redes de recepção transnacional das ideias de Mariátegui. Em um processo de crítica do discurso tradicional da esquerda latino-americana, das vertentes de modernização e das teses dualistas das ciências sociais, observa-se, ainda, que a construção de uma imagem heterodoxa de Mariátegui emerge como um dos principais referenciais de atualização do marxismo. A partir da década de 1990, Mariátegui passa a ser incorporado pela perspectiva decolonial, em particular por Aníbal Quijano, como referencial epistemológico da crítica eurocêntrica. A terceira e última parte deste trabalho tece uma reflexão sobre a recepção de Mariátegui na sociologia brasileira com base em um mapeamento de leitores (e leituras) do intelectual peruano, notadamente Florestan Fernandes e Michael Löwy.