A tonalidade em suspensão: a música em Dubliners de James Joyce

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Pinto, Rodrigo Moreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8147/tde-11032016-161503/
Resumo: Mediante levantamento da fortuna crítica e da leitura atenta da obra de Joyce, este trabalho investiga os empregos da música em Dubliners, tanto no âmbito da forma quanto no conteúdo. Quanto aos usos formais, destacam-se estratégias comuns à poesia, como assonâncias, aliterações, ritmos, métricas, onomatopeias, além de elementos estruturais mais complexos, próprios da linguagem musical, como leitmotiv, contraponto, tema e variação. A dissolução da causalidade e a maneira diversa de lidar com a tensão para a construção do enredo se assemelham a alguns recursos musicais aplicados pelos modernistas que produziram o gradativo desmantelamento do sistema tonal. Quanto aos usos musicais que atuam diretamente no conteúdo, destacam-se as alusões a obras musicais e tem papel decisivo para a construção da atmosfera, caracterização de personagens, e desenvolvimento do enredo. A hipótese do trabalho é que a utilização de elementos musicais na literatura está atrelada diretamente às recorrências temáticas da morte, da paralisia, do contexto histórico irlandês, do amor, da sexualidade e da cultura celta. A aproximação entre música e literatura é em Dubliners seminal e Joyce a desenvolverá amplamente de forma experimental nas obras posteriores, principalmente em Ulysses e em Finnegans Wake, nas quais as transformações de elementos musicais intersectam com a palavra.