Alterações no uso de hábitat por aves de subosque em paisagens fragmentadas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Santos, Júlia Ferrúa dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41134/tde-06122016-112536/
Resumo: Os efeitos da perda de hábitat e da fragmentação já estão bem estabelecidos na literatura, porém pouco se sabe sobre como o uso do habitat pode ser modificado em função de alterações na quantidade e na qualidade da mata. Este trabalho tem como objetivo compreender melhor como a perda e modificação do hábitat afeta o uso do espaço pelas aves de subosque na escala da comunidade e população. Para isso, utilizamos um banco de dados de aves, que inclui informação sobre captura e recaptura de 2.121 indivíduos, coletados em um gradiente de cobertura florestal, com fragmentos de 2,85 ha a 10.000 ha, localizados em Mata Atlântica no estado de São Paulo. As análises foram feitas por espécie, por grupos de espécies de acordo com guilda trófica e grau de sensibilidade a alterações antrópicas, e para a comunidade de forma geral. Para testar se a qualidade da vegetação influencia a abundância e frequência de uso do espaço, utilizamos dados de três áreas de florestas contínuas, com diferentes níveis de alteração (floresta secundária, mata com corte seletivo e mata madura). Observamos que, apesar de haver uma queda na abundância total da comunidade em fragmentos pequenos, há um aumento na frequência de uso do ambiente, evidenciado pelo aumento na taxa de recaptura com a perda de habitat. O mesmo padrão foi encontrado para aves com média sensibilidade, frugívoras e insetívoras. Aves com baixa sensibilidade, no entanto, mostraram maiores abundancia e taxa de recaptura em fragmentos menores e áreas mais desmatadas. Verificamos também que a frequência de uso do espaço foi maior em floresta secundária, bem como a abundância de aves. Nossos resultados sugerem que além de conduzir a uma perda de espécies e de indivíduos, a perda de hábitat também leva ao aumento na intensidade do uso do habitat. Este aumento se dá em particular para espécies de média sensibilidade, uma vez que espécies com alta sensibilidade estão ausentes de fragmentos pequenos. Observamos que, além da matriz como barreira à dispersão, a própria qualidade da mata se apresenta como um fator que modifica o uso do habitat. Esta variação no uso do habitat pode impedir que as mesmas desenvolvam seu papel de dispersores de sementes entre os fragmentos. Por fim, estudos sobre uso do espaço hoje praticamente não abordam a intensidade com que o hábitat é utilizado pelos indivíduos, sendo uma informação importante que pode ser facilmente estudada através de dados de captura e recaptura, geralmente subutilizados