Uso do habitat, fidelidade de sítio e parâmetros populacionais do golfinho-pintado-do-Atlântico, Stenella frontalis (G. Cuvier, 1829), na Baía da Ilha Grande (RJ).
Ano de defesa: | 2022 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Oceanografia Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Oceanografia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19548 |
Resumo: | A Baía da Ilha Grande abriga em suas águas pelo menos seis espécies de pequenos cetáceos atualmente, incluindo Stenella frontalis. Mas, apesar de S. frontalis ter hábito costeiro, as informações têm sido baseadas em encontros breves. Portanto, o objetivo do presente estudo foi descrever as características de grupo e estados comportamentais, uso do habitat, fidelidade de sítio e abundância desta espécie em um ambiente costeiro no sudeste do Brasil. Um total de 132 saídas de campo foram realizadas entre junho de 2017 a janeiro de 2020, onde 26 grupos foram observados. Stenella frontalis utilizou profundidades entre 16,5 e 35,2 m, selecionando áreas específicas na área de estudo. A ferramenta Kernel Density mostrou que os grupos utilizaram uma área de 242,7 km² (K95%), com concentração das observações na região oeste da baía, totalizando 46,5 km² (K50%). Os grupos foram observados desempenhando diferentes atividades comportamentais, apesar do deslocamento ter sido o comportamento mais frequente (59,6%), principalmente no outono e inverno. Entretanto, o comportamento não apresentou variação significativa em relação a sazonalidade (X² = 9,85; df = 6; p = 0,131). Já em relação às profundidades em que foram observados, os comportamentos de deslocamento e forrageamento/alimentação variaram significativamente (Kruskal-Wallis, H2, 45 = 12,4; p = 0,0020). O tamanho dos grupos observados variou de nove a cerca de 200 indivíduos (94,3±57,6), com grupos maiores que 100 golfinhos observados em 36% do total dos encontros. Sendo encontrado variações nas profundidades em que foram observados (Spearman, N = 53, R = 0,506; p = 0,000112), mas não em relação a sazonalidade (Kruskal-Wallis, H3,53 = 2,18; p = 0,535). A técnica de fotoidentificação permitiu identificar e catalogar um total de 234 indivíduos, onde novas identificações foram feitas até o último encontro. O índice de reavistagem variou de 0,13 a 0,75 (0,26 ± 0,16), com três indivíduos apresentando o valor máximo. A frequência sazonal variou de 0,25 (indivíduos avistados em apenas uma estação, N = 106) a 1 (indivíduos avistados em todas as estações, N = 22). Através do Modelo POPAN foi possível observar que Stenella frontalis possui alto índice de sobrevivência (Φ = 0,94 - 1,00) que variou em função do tempo. A probabilidade de captura (p = 0,00 - 1,00) na população também variou com o tempo, apesar da probabilidade de entrada (pent = 0,03; SE = <0,01) ter permanecido constante. Com o tamanho populacional corrigido pela proporção dos indivíduos não marcados, a população de Stenella frontalis que utiliza a Baía da Ilha Grande foi estimada em 397 indivíduos (IC 95% = 389-406). A presença de centenas de golfinhos na baía reflete na ocorrência dessa grande população ao longo das águas costeiras e oceânicas do sudeste do Brasil. Mas, por apresentar hábito costeiro e alta fidelidade de sítio, S. frontalis fica exposto as diferentes formas de degradação ambiental e ameaças antrópicas. Isso destaca a importância da Baía da Ilha Grande para propostas de conservação de cetáceos que ocorrem ao longo das águas do sudeste brasileiro ao lado das pequenas populações de cetáceos residentes. |