Metamorfoses identitárias de lideranças religiosas não iorubás inspiradas no convívio com lideranças religiosas iorubás 

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Frias, Rodrigo Ribeiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-19072019-153237/
Resumo: Considerando a existência de poucos estudos sobre os iorubás e o fato de constituirmos uma sociedade de marcante presença africana, esta investigação debate, entre outros temas, pertença grupal, relações étnico-raciais e liberdade de crença no Brasil. Tendo por objeto de estudo a metamorfose identitária de sacerdotisas e sacerdotes não-africanos do coletivo Egbé Oduduwa, inspirada no convívio com lideranças religiosas iorubás, nascidas e residentes em Abeokutá (Ogun State, Nigeria), a pesquisa foi realizada em espaços de prática da Religião Tradicional Iorubá em Mongaguá (São Paulo, Brasil), Pium (Tocantins, Brasil), Abeokutá, Liubliana (Liubliana, Eslovênia) e La Coruña (Galícia, Espanha). O percurso teórico desta investigação permitiu traçar um panorama de estudos sobre as religiões de matrizes africanas no Brasil e reunir dados sobre: raça-etnia como bases ideológicas do colonialismo e do pós-colonialismo; caminhos de enfrentamento do racismo e marcos do pensamento psicológico brasileiro. As definições de Psicologia da Religião adotadas, próprias das Ciências Psi no continente africano, particularmente na Nigéria e África do Sul, privilegiaram a ótica negro-africana. O percurso das investigações em campo permitiu aprofundar conhecimentos sobre a concepção iorubá de universo, tempo e pessoa e a Religião Tradicional Iorubá como princípios socializadores. O procedimento de coleta de dados incluiu observação participante, entrevistas com as lideranças religiosas que compuseram a amostra de pesquisa e diálogos com informantes orais; para sua análise os dados foram organizados em torno de eixos temáticos emergentes das falas das lideranças entrevistadas; a interpretação dos dados foi realizada com base na sabedoria iorubá veiculada por tradicionalistas da palavra oral e em relevantes expoentes do pensamento científico africano e europeu. Além de estimular e subsidiar debates sobre a construção de uma psicologia inspirada em saberes tradicionais, entre os quais os negro-africanos, se pode concluir, com base no corpo teórico de referência e no conteúdo dos diálogos entabulados, que sociedades tradicionais têm muito a oferecer ao processo contínuo de (re)construção teórico-metodológica dos Saberes Psi, e que o conhecimento desses Saberes Ancestrais pode instrumentalizar agentes sociais em seus esforços por combater a discriminação étnico-racial , em favor da Justiça e da Paz